A Bosch e a Universidade do Minho divulgaram hoje no Altice Forum Braga os resultados da sua parceria que já dura oito anos, e também uma demonstração de diferentes dispositivos e tecnologias inovadoras para a mobilidade do futuro e digitalização da indústria.
Entre as dezenas de tecnologias, a parceria mostrou, por exemplo, o programa Easy Ride, que contemplou o desenvolvimento de sensores inteligentes críticos como resposta às capacidades exigidas ao automóvel para a sua comunicação com outros veículos, pessoas e infraestruturas.
Com esta tecnologia é possível avisar ao condutor o momento de travar para evitar um acidente – esta com uma demonstração presencial para os jornalistas -, e até monitorizar comportamentos violentos, de vandalismo e situações de emergência de saúde.
Em uma das demonstrações, o primeiro-ministro António Costa acompanhou uma colisão controlada com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, dentro da viatura.
“Este é um momento mais empolgante, é emocionante”, disse o primeiro-ministro no momento da colisão.
“Vemos aqui um salto enorme do que é Portugal. Hoje não somos apenas um local onde se produz, somos um local onde se inventa, o que vai ser produzido cá, mas também um pouco em todo o mundo. Quando pensamos em desenvolvimento, não adianta pensar em quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Nasce primeiro o conhecimento, e a partir do conhecimento, podemos desenvolver uma estratégia sustentável e competitiva”, disse Costa mais tarde, no seu discurso.
Durante o evento, a Bosch promoveu a realização de uma mesa redonda elencada ao tema “Inovação: o que aprendemos com o Portugal 2020 e como será o 2030”, que contou com a participação como oradores de Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal; o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro; Luis Castro Henriques, presidente da AICEP; António Cunha, presidente da CCDR-N; e Fernando Alexandre, professor e investigador UMinho e coordenador do estudo sobre financiamento e grandes impactos para as instituições e sociedade, que serviu de mote à introdução do debate.
O impacto dos projetos de inovação financiados para a Bosch e a UMinho, a aposta de Portugal e da indústria na inovação e o respetivo impacto na competitividade, a atratividade para projetos de alto valor acrescentado e a criação de conhecimento crítico foram alguns dos assuntos em discussão.
“Os resultados desta parceria mostram que a colaboração entre a Universidade e a indústria tem todas as condições para ser, também em Portugal, um fator decisivo de modernidade e de progresso”, disse Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho.
Outro programa apresentado durante o dia foi o Sensible Car, que possibilita dar resposta ao desafio de alcançar os níveis máximos de condução autónoma, ou seja, a partir dos quais não se requer qualquer intervenção do condutor, o que só é possível dotando o veículo automóvel da capacidade de perceber e atuar sobre o seu estado, o dos seus ocupantes e da sua envolvente.
Neste sentido, os engenheiros da Bosch em conjunto com os investigadores da UMinho desenvolveram sensores inteligentes críticos que permitem a perceção integral da envolvente, assim como a localização precisa e atualizada em tempo real e atuação sem falhas.
“A Universidade do Minho é completamente diferente do que era há 10 anos. Hoje consegue produzir ciência de primeira água, que pode ser utilizado para gerar tecnologia, mas esta experiência transformou os investigadores, estruturas, a experiência dos alunos na universidade, que têm outras competências”, disse o professor Fernando Alexandre à imprensa regional.
Costa diz, em Braga, que a economia nacional tem “todos os ingredientes” para crescer
“Tivemos mais de 400 alunos envolvidos nesta parceria, cerca de 40 doutoramentos, e esta experiência permite-lhes aceder a um conjunto de experiências e desenvolver competências que de outra forma não seria possível. Estes estudantes participam nesta experiência e ficam capacitados para transportar mais valor para a economia portuguesa, e não ficam necessariamente na Bosch, maioritariamente vão para outras empresas, sobretudo no Norte, e levam estas competências que desenvolveram aqui”, completou.
Antes da demonstração no parque de estacionamento do Altice Forum Braga, António Costa visitou dezenas de stands na parte interior do local, que também tinha dispositivos de realidade virtual e aumentada.