O candidato do PS à Câmara de Braga para as próximas eleições autárquicas, Hugo Pires, considerou este domingo que a concelhia do rival PSD está “sem ideias” e “assustada”, face a “ataques que tem feito” contra a candidatura socialista.
Em declarações a O MINHO, e reagindo a um comunicado da estrutura liderada por João Granja (PSD), hoje divulgado, Hugo Pires afirma que a coligação de centro-direita “demonstra alguns problemas internos” e que isso “contribui para um grande nervosismo” que se tem “mostrado público”.
Este domingo, o PSD local instou Pires, que é deputado na Assembleia da República eleito pelos socialistas, a desafiar o primeiro-ministro António Costa para que conceda mais apoios aos Transportes Urbanos de Braga (TUB), com valores idênticos aos atribuídos aos sistemas de transportes de Porto e Lisboa.
Hugo Pires, que comentou a consideração do PSD, publicada por O MINHO, avançou ao nosso jornal que já teve conversas nesse sentido, e que houve “uma grande abertura para se falar do sistema de transportes”. Contudo, o deputado e candidato do PS quis salientar que este Governo já atribui cerca de 700 mil euros para os TUB, através de fundos disponibilizados à CIM Cávado, e que “no tempo do Governo do PSD, não entrava um tostão”.
Pires fala do Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP), criado pelo Ministério do Ambiente para disponibilizar fundos às CIM’s do país, de forma a reforçar os transportes e incentivar a população a aderir a este meio de deslocação.
“Só para a CIM Cávado, foram disponibilizados 1,20 milhões, com Braga a receber perto de 700 mil, algo que não existia no passado. Mas isso não chega”, considera, afirmando que o Governo “tem de transferir mais”, algo que, acredita, “poderá ser feito” no sentido do quadrilátero urbano (Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão).
“São 700 mil pessoas a residir nestas quatro cidades, onde existem atos pendulares entre si, pois há pessoas de Braga a trabalhar em Famalicão, de Barcelos a estudar em Guimarães, e se pensarmos numa forma de mobilidade supramunicipal, o Governo parece demonstrar grande abertura”, disse a O MINHO.
O candidato crê que a ‘bazuca’ europeia e o novo quadro comunitário de apoio têm “verbas para apostar nos transportes e na mobilidade”, mas para isso é preciso que os autarcas “apresentem ideias”, algo que, afirma, o atual presidente da Câmara, Ricardo Rio, não tem feito.
“É preciso puxar pela criatividade, ter iniciativa, e eu, enquanto deputado e candidato, faço a parte que me compete, que é aquilo que o presidente da Câmara não faz: falar com as pessoas, sensibilizar para esta realidade concelhia e regional que merece ser vista de outra forma”.
“Não basta fazer grandes soundbytes para os jornais se não meter o pé ao caminho”, aponta.
“A pessoa mais falada na apresentação da coligação não estava na sala”
Instado pelo nosso jornal a comentar o recente encontro da concelhia do PSD com o arcebispo Jorge Ortiga, que causou algum incómodo dentro da Igreja bracarense, Hugo Pires diz não querer comentar, mas tem uma esperança: a de que “tenham confessado todos os seus pecados”.
É que para o arquiteto candidato do PS, o seu próprio nome foi o mais falado durante a apresentação da candidatura da coligação “Juntos Por Braga”, que une PSD, CDS, PPM e, este ano, o partido Aliança. “Estão assustados, porque não estivessem, não fariam os ataques que têm feito, sobretudo a mim”, frisa.
“Quando numa apresentação de um acordo de coligação, o ausente mais presente da sala é o candidato do PS, isso quer dizer que existe alguma apreensão”, considera, apontando “sondagens internas” no seio ‘laranja’ que podem estar a “contribuir para um grande nervosismo do PSD”.
“Quem quiser que Braga fique como está, o trânsito fique como está, os transportes fiquem como estão, ficar tudo como está, então sou o primeiro a aconselhar a votar na coligação”, terminou.