Esta noite há debate. A Junta de Freguesia de São Victor (PSD/CDS) está contra a alienação do edifício da antiga fábrica Confiança, uma decisão do presidente, Ricardo Rio, que vai ser votada na próxima reunião da Câmara Municipal de Braga.
Em comunicado, a Junta, liderada por Ricardo Silva anuncia para esta noite, pelas 21:30, um debate precisamente sobre o tema ‘Qual o Futuro para a Confiança?’, que decorre na sua sede.
“Este debate surge numa altura em que o Município de Braga assume a alienação do edifício da antiga fábrica ‘Perfumaria/Saboaria Confiança’, levando à próxima reunião de Câmara os termos de referência para executar essa operação”, refere Ricardo Silva.
A autarquia não concorda com a opção política de Ricardo Rio, que – lamenta – “nunca abordou este assunto com a Junta de Freguesia, e num compromisso público, gostaríamos de auscultar a população de forma a podermos colocar a questão do futuro da Confiança e recolher, junto dos cidadãos, os possíveis contributos que conduzam à sua preservação”.
“O reforço da posição dos cidadãos pode ajudar a inverter este cenário de alienação de um importante testemunho da memória de S. Victor e de Braga” — lê-se no comunicado.
A Junta defende que “deveria ser possível encontrar soluções que permitissem a reabilitação do imóvel, para a fruição pública”.
Imóvel importante
A posição da Autarquia radica no facto de se tratar de “um importante imóvel”, que se torna o último reduto da era da industrialização bracarense: “É um edifício que transporta um simbolismo único e singular, factor de autenticidade e unicidade, algo que é valorizado nos activos patrimoniais. É, ainda, património da memória, como uma das fábricas que garantiu o ‘saber fazer’, sendo o meio de subsistência a muitos agregados familiares, bem como objecto de muitas visitas escolares quando laborava”, acrescenta.
Como nunca acedeu a qualquer projecto/programa a instalar nas antigas instalações da Confiança, a Junta de Freguesia diz não entender “como se afirma que não há dinheiro para investir na Confiança, simplesmente porque não sabemos qual é o montante que está em causa”.
Ao «O Minho», o presidente da Câmara, Ricardo Rio confirmou a decisão, adiantando que os promenores da venda em hasta pública serão divulgados na reunião do Executivo marcada para dia 26.