Esposende – diz o seu Município – “viveu um dia histórico e emblemático”, com a assinatura do Auto de Entrega de uma parcela de terreno da Estação Radionaval de Apúlia e a assinatura do Auto de Cedência do Forte de S. João Baptista ao Município.
A cerimónia decorreu junto ao Forte de S. João Baptista, com a presença do Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, e revestiu-se de particular simbologia, porque encerra um processo com duas décadas, como salientou o Presidente do Município, Benjamim Pereira, considerando que Esposende recebe uma “prenda dupla” no ano em que celebra as bodas de prata da elevação a cidade.
Em causa está a aquisição de uma parcela de terreno de 35.560 metros quadrados da antiga Estação Radionaval de Apúlia, pelo montante de 936 mil euros, e a cedência do Forte de S. João Baptista, por um período de 50 anos, por 204 mil euros, sendo que o Município terá que realizar investimentos de 1,5 milhões de euros na sua requalificação.
Ambos os imóveis estão devolutos há vários anos, apresentando evidentes sinais de degradação. Por via deste acordo com a Administração Central, ambos passam para a posse da Câmara que, no âmbito de uma parceria com a Universidade do Minho, irá criar duas unidades dedicadas à investigação e tecnologia marinhas.
Instituto Marítimo
Assim, na Estação Radionaval de Apúlia fica instalado o Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha (IMCTM) e no Forte de S. João Baptista será criado o Centro de Divulgação Científica de Atividades Marinhas (CDCAM), sendo que, neste caso, a parceria envolve outras entidades, para além da UMinho.
O Presidente da Câmara Benjamim Pereira afirmou que o Município já está a trabalhar com vista à execução dos referidos projetos e que pretende aproveitar eventuais oportunidades de financiamento.
Assumindo que a responsabilidade do Município começa agora, referiu que, no imediato, o trabalho passa pela limpeza e vedação destes espaços, a par do desenvolvimento dos projetos.
Marcos Perestrello reconheceu que o processo foi longo, assinalou, contudo, que o desfecho foi positivo, na medida em que prevalece o caráter público destas infraestruturas. Saudou, assim, o acordo alcançado e os benefícios que dele resultam, salientando que tanto a Câmara Municipal como o Governo fazem uma “gestão exigente” dos recursos. Assumiu, de resto, que a Administração Central não consegue tratar a totalidade do seu património sem a parceria das autarquias.