A Câmara de Braga está a estudar, em colaboração com a Arte Total, uma solução que permita o funcionamento desta academia de dança, durante o período em que se farão obras no espaço em que está instalada, no Mercado Cultural do Carandá.
O presidente do Município, Ricardo Rio, disse a O MINHO que a solução final ainda não está encontrada, mas adiantou que se põe a hipótese de recorrer a contentores, devidamente adaptado para o efeito.
A Câmara vai assumir o encargo das obras e da reinstalação provisória da Arte Total, neste último caso, tendo em conta que, apesar de ser uma organização privada, realiza um trabalho único e exemplar no domínio das artes.
Há dias, e conforme O MINHO noticiou, a autarquia decidiu fechar o espaço devido ao estado de degradação em que se encontra a cobertura do Mercado Cultural do Carandá.
O presidente do Município, Ricardo Rio, disse que “os serviços técnicos de obras concluíram que as infiltrações de água põem em risco toda a instalação elétrica tendo comunicado que a estrutura terá de fechar, aguardando-se que a Arte Total encontre um espaço alternativo, o que terá de suceder em breve”.
PS critica
O autarca comentava, assim, a posição dos vereadores do PS na Câmara de Braga que criticaram “o incompreensível estado de degradação em que se encontra o Mercado Cultural do Carandá, um equipamento municipal que é referência arquitetónica e patrimonial nacional”.
“Este equipamento, que tivemos oportunidade de visitar, encontra-se num estado que deveria envergonhar uma cidade candidata a Capital Europeia da Cultura”, afirmam os vereadores Hugo Pires, Artur Feio, Sílvia Sousa e Adolfo Macedo no final de uma visita à Arte Total.
Sobre as críticas dos socialistas, Ricardo Rio diz que “a cobertura do Mercado tem problemas estruturais que derivam de uma obra de construção mal feita, no tempo da gestão do socialista Mesquita Machado, na base de um projeto do arquiteto Souto Moura, e que nunca foram reparados”.
“Vai-se fazer um estudo técnico para uma requalificação de fundo da estrutura, mas até lá, terá de fechar”, sublinhou.
Sobre o porquê de ainda nada ter sido feito para remodelar o Mercado, Rio afirma que “a intervenção na Arte Total estava sinalizada, mas foi dada prioridade à elaboração dos projetos para outros equipamentos prioritários de cariz cultural como o Museu da Imagem, a Casa dos Crivos e o Centro Cultural Francisco Sanches”.
“Um perigo para quem lá trabalha”
Já os vereadores do PS são taxativos: “O edifício constitui, na realidade, um perigo para quem lá trabalha e para todas as crianças e jovens que o frequentam. Um perigo que se manifesta em infiltrações com consequências visíveis nos tetos, nas paredes, nos pavimentos e nas instalações elétricas. Um perigo que já provocou, no passado, um incêndio e que persiste. A própria qualidade do ar constitui, atualmente, motivo de preocupação para as responsáveis da Arte Total”, anotam.
Para os socialistas, é incompreensível que o atual presidente da Câmara apregoe investimento avultados na cultura para a nossa cidade e, ao mesmo tempo, despreze os seus equipamentos e agentes culturais.
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Os vereadores visitaram a Arte Total, uma estrutura de criação e de formação de públicos para a dança, um projeto cultural com cerca de 30 anos e que – assinalam – “é hoje, no panorama nacional, uma das raras estruturas, na sua área de ação, apoiadas pela DGArtes no âmbito do programa de apoio sustentado. No país, apenas 11 estruturas mereceram tal apoio”.
“A Arte Total apresenta um trabalho meritório e uma forte presença junto da comunidade”, acentuam.