Acusada de ganhar meio milhão a vender droga em Braga

A greve dos oficiais de justiça obrigou, hoje, o coletivo de juízes do Tribunal de Braga a adiar o início do julgamento de uma rede de tráfico de droga, alegadamente praticado em duas residências da cidade e que seria gerido por uma mulher de 68 anos, mas utilizando uma filha e duas netas, e recorrendo à ajuda de 14 toxicodependentes.

Ao todo são 18, as pessoas da cidade que terão – e de acordo com a investigação feita pela PSP de Braga – vendido ou ajudado a comercializar, em oito meses, entre 2022 e 2023, 150 pedras de cocaína e 50 embalagens de heroína, por dia, ou seja um total de 36.750 pedras de cocaína e 12.250 embalagens de heroína. Com isso, obtendo um lucro de 428 mil euros euros, 367.500 na venda de cocaína e 61.250 na de heroína. O que correspondeu a cinco quilos de cocaína e três de heroína.

A acusação do Ministério Pública concluiu que a venda de estupefacientes aos toxicodependentes era feita, alternadamente, entre e um apartamento do Bairro Social de Santa Tecla, propriedade de Maria do Céu C. – conhecida por “Clarinha e Tia” – e uma residência na Avenida 31 de Janeiro mas chegava às zonas limítrofes de Prado, Vila Verde e Caldas das Taipas (Guimarães).

Os toxicodependentes que se iam ao Bairro consumiam o estupefaciente no interior da casa, para assim, quando abordados pela Polícia, o mesmo não lhe ser apreendido, nem relacionar o local à venda de estupefacientes.

O MP sustenta que, entre setembro de 2022 e maio de 2023, a arguida liderou um grupo de 17 indivíduos – entre os quais uma filha e duas netas – que se dedicava ao transporte, doseamento e à venda/revenda de estupefacientes.

Seis reincidentes

Por norma – diz a acusação – cada pedra de cocaína é vendida a 10 euros e cada embalagem de heroína a cinco, o que lhes permitiu obter um lucro de 379.750 euros.

O MP sublinha que seis – cinco dos quais em prisão preventiva – dos 18 arguidos, entre elas a «cabecilha», não se contiveram em persistir na prática do mesmo tipo de crime, assim demonstrando que as condenações anteriores não foram suficientes para os demover.

Obras em Santa Tecla mudam negócio

Atendendo a que, nesse período, o Município procedeu a obras de requalificação no Bairro Social de Santa Tecla, encontrando-se, aí agentes da PSP a efetuar segurança, – o que afastava os consumidores – o negócio mudou-se para a casa da Avenida 31 de janeiro e para vários locais da urbe, bem como para os concelhos limítrofes, de Vila Verde e de Guimarães.

A principal arguida aliciava os colaboradores a deslocarem-se à cidade do Porto, a adquirirem o estupefaciente “cocaína” e “heroína”, para posteriormente proceder à sua venda aos consumidores.

O MINHO contactou o advogado João Ferreira Araújo, que defende três arguidos, tendo este dito apenas que “em sede de audiência de julgamento iremos provar que a factualidade constante desta acusação não corresponde à verdade”!

 
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