O Tribunal de Comércio de Famalicão suspendeu, esta segunda-feira, por 30 dias, a assembleia de credores, para permitir novas negociações sobre o Plano de Recuperação (PER) apresentado pela Associação Industrial do Minho (AIMinho). O adiamento torna possível uma eventual reformulação do Plano Especial de Recuperação apresentado pelo organismo empresarial.
O documento propõe a alienação, por 3,6 milhões de euros, dos dois edifícios-sede que construiu em Braga e em Viana do Castelo. O produto da venda reverte para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), credor “garantido” de seis milhões (48 por cento) dos 12,3 milhões de créditos reclamados. Já, o Novo Banco, com 5,8 milhões (45 por cento) é o segundo maior credor, ou seja, as duas entidades detêm 94 por cento dos débitos da Associação, pelo que a eventual aprovação do PER em assembleia de credores, depende do seu voto.
A venda do imóvel de Braga será feita no prazo de 18 meses após a aprovação do PER, por um mínimo de dois milhões que serão afetados ao pagamento à CGD. Se a AIMinho não conseguir vender o edifício, entrega-o à Caixa por valor a determinar.
No caso de Viana, a sede, sita no Campo da Agonia, será alienada por 1,6 milhões à COOPTAPE- Cooperativa de Ensino. A restante dívida à Caixa, será liquidada em 12 anos.
O documento pede que os “créditos comuns” das restantes instituições bancárias tenham um perdão dos juros vencidos e a redução para 20 por cento da dívida reclamada, com carência de três anos e pagamento em 12. Medida também proposta para os “outros credores” mas em seis anos. Já os trabalhadores recebem a 100 por cento.