Faz esta quarta-feira dois anos que morreu Paulo Gonçalves, piloto de Esposende, na sequência de uma queda na 7.ª etapa do rali Dakar, na Arábia Saudita.
Paulo Gonçalves, segundo da edição de 2015 e que disputava o seu 13.º Dakar, caiu ao quilómetro 276 da especial.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10:16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardiorrespiratória.
Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde acabaria por ser confirmada a morte.
Paulo Gonçalves, conhecido pela alcunha ‘Speedy’, participava no Dakar pela 13.ª vez desde 2006, ano de estreia na prova.
Tinha sigo segundo classificado em 2015, atrás do espanhol Marc Coma, o seu melhor resultado, depois de já ter sido campeão mundial de ralis cross-country em 2013.
Ocupava a 46.ª posição das motas à partida para aquela fatídica etapa.
Multidão no último adeus
A morte do piloto gerou uma enorme comoção nacional. O último adeus a Paulo Gonçalves, no dia 24 de janeiro, contou com uma multidão em Esposende.
Para além das lembranças, que chegaram de vários cantos do mundo, várias centenas de pessoas quiseram estar presentes no derradeiro tributo ao malogrado piloto.
No dia anterior, um cortejo fúnebre trouxera o corpo desde o aeroporto até Esposende, com as motos alinhadas na marginal, antecedendo o minuto de silêncio que foi cumprido na Praça do Município, antes de rumar a Gemeses.
“Morreu a tentar alcançar o sonho”
Foram inúmeras as reações à morte inesperada do piloto de Esposende. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou que “Paulo Gonçalves morreu a tentar alcançar o sonho de vencer uma das mais duras e perigosas provas de rally do mundo, na qual foi sempre um digníssimo representante de Portugal, chegando a alcançar o segundo o lugar em 2015”.
“O seu legado perdurará”
A Assembleia da República aprovou um voto de pesar, considerando que com a morte de Paulo Gonçalves o desporto nacional ficou mais pobre mas o seu legado perdurará.
“Com a sua morte o desporto nacional fica mais pobre, mas o seu legado enquanto atleta e ser humano perdurará como referência nos anais do motociclismo português”, referia o voto de pesar, proposto pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e aprovado por unanimidade.
“Internacionalmente reconhecido pela sua camaradagem, sempre pronto a ajudar os colegas em dificuldades, Paulo Gonçalves foi distinguido com vários prémios `fair-play´, de que se destaca o Prémio Ética no Desporto que lhe foi atribuído, em 2016, pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude”, assinalava o voto.
Esposende dá a “mais alta distinção” do município ao piloto Paulo Gonçalves
Esposende atribui postumamente “mais alta distinção” do município
A Câmara de Esposende decidiu dar a “mais alta distinção” do município a titulo póstumo a Paulo Gonçalves, destacando a “determinação, espírito de ajuda e altruísmo” do piloto.
A atribuição da Medalha de Honra ao piloto, natural de Esposende, foi decidida por unanimidade e atribuída dia 19 de agosto, no Dia do Município.
Um ano após a sua morte, a Câmara atribuiu o nome do motociclista a uma rua na sua freguesia natal, Gemeses, e mais recentemente instituiu o prémio de mérito desportivo Paulo Gonçalves, o mais alto do concelho, com que foram agraciados os canoístas olímpicos Teresa Portela e João Ribeiro.