Lágrimas, comoção e muitos aplausos marcaram o funeral de Paulo Gonçalves, durante esta tarde, em Gemeses, Esposende, de onde o consagrado piloto era natural.
Depois de centenas terem marcado presença, na quinta-feira, numa homenagem que durou desde o aeroporto até à igreja local, esta sexta-feira voltou a repetir-se a afluência para o último adeus à figura portuguesa mais emblemática da última década no Dakar.
Pelas 16:00 horas, iniciou a missa com centenas de cadeiras no exterior para que todos quanto quisessem participar. Foi ainda colocado um ecrã gigante e altifalantes para que as centenas de pessoas presentes pudessem ouvir.
Durante a cerimónia, a esposa do malogrado motard recordou a “força da natureza” que caracterizava Speedy. “O meu coração sentou quando o telefone tocou, foi o pior dia da minha vida”, disse. “Eras uma força da natureza como nunca vi igual”, acrescentou. “Estejas onde estiveres, vais continuar a lutar por mim e pelos nossos filhos”, disse ainda, afirmando ter “o coração partido em mil pedaços”.
Cerca de uma hora depois, iniciaram-se as cerimónias de cortejo fúnebre até ao cemitério local, deixando em lágrimas os presentes, com um coro de aplausos a furar o silêncio e a comoção que se fazia ouvir.
Familiares transportaram o caixão enquanto a viúva e os filhos seguiram atrás, com o capacete do piloto entre as mãos.
No local, compreensivelmente, não faltaram motards para ajudar a louvar aquele que ficará para sempre na memória dos portugueses como um herói, que perdeu a vida a fazer o que mais gostava.
O motociclista perdeu a vida no Dakar 2020, na Arábia Saudita, a 12 de janeiro, aos 40 anos, na sequência de uma queda.
O acidente ocorreu ao quilómetro 276 da sétima etapa, de 12, da corrida, entre Riade e Wadi-al Dawasir. Ao todo, essa prova tinha 546 quilómetros.
Depois de anos a competir pela marca japonesa Honda, Paulo Gonçalves participava pela primeira vez no Dakar pela indiana Hero, marca que esteve sempre acompanhou a família após o trágico acidente e onde corria o barcelense Joaquim Rodrigues Jr, cunhado do esposendense.