O Plano Ferroviário Nacional passou a incluir nos seus projetos vindouros a ligação por comboio entre Guimarães, Braga e Barcelos, com um ramal para Vila Verde. No período de consulta pública, que terminou em fevereiro, foi ainda aceite a sugestão – para estudo – de uma conexão por comboio entre Braga e Chaves.
Os presidentes das quatro câmaras do distrito de Braga aplaudiram a medida mas salientaram que tal, a ser executado será, apenas, entre 2030 e 2050: “É importante mas está num plano muito embrionário. O que verdadeiramente importa é assegurar o avanço da linha de alta velocidade e de melhorar as ligações de Braga ao Porto/Lisboa e Vigo. E, num plano mais próximo, promover um estudo sobre as melhores alternativas de mobilidade no Quadrilátero, que não têm de passar pela ferrovia”, disse a O MINHO o autarca bracarense Ricardo Rio.
Já o de Guimarães, Domingos Bragança salientou: “O nosso foco é a ligação das duas cidades – Guimarães e Braga – na futura estação de alta velocidade – por BRT (Autocarro de Transporte Rápido), mas estamos sempre disponíveis para trabalhar com a presidência do Plano Nacional Ferroviário para melhorar e completar os diversos projetos ferroviários, por metro de superfície ou comboio”.
Por sua vez, o autarca de Barcelos, Mário Constantino não se quis pronunciar por ainda nada se saber sobre os locais de passagem e da futura estação: “Estamos focados em unir as cidades do Quadrilátero Urbano e está-se a fazer um estudo sobre mobilidade. Mas, o comboio seria bem vindo”.
Por seu turno, a presidente de Vila Verde, Júlia Fernandes insiste na variante ao concelho: “Propusemos, na consulta pública, que o comboio viesse até aqui. O que iria descongestionar as ligações a Braga, nomeadamente no Nó de Ínfias. Mas o que queremos,de imediato, é uma variante porque chegar à sede do concelho é cada vez mais difícil”.
Alterações na estação do TGV?
Um dos peritos que participou na consulta pública, foi o bracarense Baptista da Costa, antigo gestor do projeto do Metro do Porto e dos TUB (Transportes Urbanos de Braga-Chaves e administrador de Porto de Leixões,
“A proposta de ligação entre Braga/Guimarães e Barcelos, que fiz com alguns amigos do setor foi aceite. A ferrovia tem de servir passageiros e mercadorias no Minho, contribuindo para a coesão territorial, para a competitividade das empresas, e dando resposta às necessidades de mobilidade das pessoas”, adiantou.
Baptista da Costa salienta que o Plano inclui, agora, a possibilidade de alterações ao Traçado da Linha de Alta Velocidade (LAV) Porto-Vigo, nomeadamente no troço entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e Braga: “Esta alteração permitirá aproximar a Estação do TGV de Braga, deslocalizando-a da direção de Tibães (onde está prevista), para Ferreiros. O traçado atual já prevê a passagem em túnel junto à atual estação da CP de Ferreiros, onde poderá passar a ser a estação do TGV e por onde já passa a linha ferroviária Porto/Braga, ligando as duas linhas”.
E acrescenta: “Como é neste ponto que passam as autoestradas (A3 Porto/Valença e A11 Guimarães/Esposende) que ligam Braga à região em que insere, estarão criadas condições para aqui ser construída a “Gare do Ocidente”, ponto de intermodalidade rodoferroviária que servirá Braga e a região”.
Reativação de linha Guimarães/Fafe
O Plano passou, agora, a incluir várias outras propostas quer no Minho quer noutras regiões nortenhas. Uma delas é a da reativação da Linha de Guimarães até Fafe e da criação de outra a ligar o Porto a Esposende e a Viana do Castelo, Na capital do Alto Minho vai fazer-se a melhoria da ligação ferroviária ao porto.
O documento contempla, ainda, a modernização da Linha do Minho, e a melhoria da acessibilidade a Guimarães. Atribui, também prioridade ao troço entre Aeroporto FSC e Nine da LAV Porto-Vigo
Noutras regiões, foi inscrito no documento o prolongamento da Linha da Beira Baixa até à serra da Estrela, a reativação da Linha do Vale do Sousa e da que liga Vila Franca das Naves ao Pocinho e a Bragança e a extensão da Linha do Oeste até Aveiro.