O secretário-geral do PS prometeu hoje uma mudança sem colocar em causa as “conquistas” dos últimos anos e acusou a AD de ter um projeto que desbarata as finanças com cheques fiscais para quem não precisa.
Pedro Nuno Santos fez esta crítica à Aliança Democrática (AD) no encerramento do comício do PS de Viana do Castelo, o segundo deste dia de campanha, que encheu o Teatro Sá de Miranda.
No seu discurso, que se seguiu ao da cabeça de lista socialista por Viana do Castelo, a ministra Marina Gonçalves, o secretário-geral do PS procurou fazer uma distinção entre o que farão os socialistas com “a estabilidade financeira e orçamental conquistada pelo país” e aquilo que a coligação AD (PSD/CDS/PPM) poderá fazer se chegar ao Governo.
“Queremos mais ambição nos serviços públicos, melhor qualidade do SNS e da escola pública, salários e pensões mais altas. Do outro lado, eles querem passar cheques fiscais a quem não precisa. É desbaratar e desperdiçar aquilo que conseguimos poupar ao longo destes oito anos”, sustentou.
Pedro Nuno Santos insistiu neste ponto: “É desperdiçar com quem não precisa, passando cheques aos de cima. Isso é dar um xeque-mate ao Estado social”, declarou.
Já a cabeça de lista do PS por Viana do Castelo, Marina Gonçalves, considerou que o programa da Aliança Democrática é de “desrespeito pelo Estado social” e criticou os “fantasmas do passado” que têm participado nos seus comícios.
No discurso no teatro Sá de Miranda, a também ministra da Habitação defendeu que os projetos da AD e do PS “não são iguais” e pediu que não se esqueça “do que foram as respostas em tempos de crise do PS e da AD”.
Marina Gonçalves sustentou que o projeto do PS é um projeto de futuro, que fala de temas como o SNS, a escola pública ou a habitação, ao contrário da direita que, segundo disse, quer fazer um “debate dizendo que tudo está mal” e não quer ver “o investimento sem precedentes que se fez em áreas estruturantes”.
“Este é o programa que nos apresentam em alternativa: é o desrespeito pelo Estado social, é garantir que alguns poderão aceder a esta resposta, mas nem toda a população pode aceder a essa resposta. Esta é a diferença do projeto que nós apresentamos: é de todos para todos”, sustentou.
A candidata sublinhou que a memória não é curta, e acrescentou que “ainda bem que para a AD também não é”, porque é por isso mesmo que trouxe “muitos fantasmas do passado” para a sua campanha, que decidiram defender “com orgulho o que se fez”.
Salientando que a AD irá certamente argumentar que as decisões que tomou no passado foram “fruto das circunstâncias ou de opções que não eram deles”, Marina Gonçalves contrapôs, contudo, que já quando o PS era Governo, em 2016, o PSD opôs-se ao aumento do salário mínimo, considerando que iria “aumentar o desemprego”.
“Também ouvíamos este mesmo PSD dizer que não podíamos aumentar salários, pensões, esta é a memória que nós não devemos mesmo esquecer, e a AD faz questão de nos lembrar que o projeto é mesmo diferente daquele que nós apresentamos: esse não é o nosso projeto”, defendeu.
As eleições legislativas estão marcadas para 10 de março.