Pedro André Branco Lemos, 33 anos, começou a construir casinhas com pedras, barro e paus, aos 10, quando “chegava da escola”. Hoje, já construiu mais de 50 miniaturas de edifícios, entre os quais o Hospital de Fafe e o Mosteiro de São Gonçalo de Amarante, e prepara-se para construir uma réplica do edifício da Câmara Municipal de Celorico de Basto.
O MINHO visitou a “aldeia miniatura” de Pedro Lemos, e os créditos não ficam em mãos alheias. Na encosta de uma das serras que ladeia Agilde, pequena freguesia do concelho de Celorico de Basto, o jovem construtor tem uma verdadeira aldeia, com igrejas, casas senhoriais, prédios e tudo o mais que pode “caber” no projeto de vida deste celoricense.
Pedro explica que começou em criança, como passatempo, mas tornou-se num caso sério ao longo dos últimos anos, tendo já direito a sinalética identificativa ao longo dos caminhos rurais de Agilde.
“O presidente da junta colocou algumas placas a indicar e mandou alcatroar o acesso à aldeia, mas ainda falta um bocado”, conta.
A aldeia já é notícia desde, pelo menos, 2009, quando a TVI fez uma reportagem com o talentoso empreiteiro. Desde então, tem recebido visitas “quase todas as semanas”, sobretudo no verão. “Já cá vieram franceses, que vêm com os emigrantes, mas portugueses vêm de todo o país, até do Algarve”, assegura.
Pedro confessa que, para além do material oferecido pela junta para a construção de novos edifícios, nunca recebeu ajuda de ninguém, nem sequer da Câmara.
“Não dão apoio, mas pode ser que mude”.
Também não cobra entrada, apesar de se tratar de uma obra que “enche as vistas”, perdida algures pelas serras de Basto.
Sem saber muito bem para onde levar o projeto, o próximo passo, explica, será “alcatroar” a restante estrada de acesso à sua pequena aldeia, que fica, literalmente, em zona de mato, impossível de chegar de automóvel.
“Sim, algumas pessoas com mais idosas não conseguem vir cá, mas depois de abrirem a estrada, já vai ser mais fácil”, reitera.
Na despedida, Pedro, que vai sobrevivendo a “limpar quintais” e a fazer algum trabalho agrícola, garante que não vai deixar morrer o projeto, mesmo que lhe consuma a maior parte do tempo que lhe sobra da “biscatada”.