Um grupo de cidadãos lançou uma petição pública dirigida ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, para acabar com a poluição no rio Este, recolhendo até hoje cerca de 250 assinaturas.
Os signatários queixam-se que, apesar das denúncias, “demasiadas vezes não é possível identificar os infratores, já que não existe um cadastro das redes pluviais”, algo que a Câmara de Braga já afirmou estar em elaboração.
Dizem ainda que “quando identificados infratores, maioritariamente empresas, a sua entidade e desfecho do processo não são publicados, contribuindo para a opinião popular de que nada está a ser feito”.
“Também o número total de descargas, a sua evolução e os relatórios da qualidade de água são desconhecidos”, refere a petição, que relembra que o rio atravessa 19 freguesias dos distritos de Braga e do Porto, numa extensão de 45 quilómetros.
Queixam-se das sucessivas descargas poluentes, “nomeadamente no concelho de Braga”, que ocorrem “há mais de uma década com uma frequência quase semanal, sendo comprovadas por diversas notícias, registos fotográficos e denúncias às autoridades”.
Os signatários dizem que este é um dos maiores problemas ambientais de Braga: “Este rio passa pelo único corredor verde do centro da cidade de Braga, o Parque da Rodovia. É precisamente ao longo deste parque que ocorrem frequentemente descargas poluentes, em vários pontos, que mancham o rio de cores diversas causando um grande impacto na fauna, flora e paisagem”.
Recordam ainda que de entre os infratores conhecidos estão a própria Câmara de Braga e a empresa de gestão de resíduos AGERE, e citam resposta do Gabinete do Ministro do Ambiente e da Ação Climática à pergunta nº816/XIV/2ª de 28 de Dezembro de 2020, afirmando que a AGERE “foi alvo de dois processos de contra-ordenação em julho e agosto de 2020”.