O incêndio que destruiu por completo uma fábrica de metalurgia em Braga, na madrugada de sexta-feira para sábado, não teve ‘mão criminosa’ na origem, tendo-se tratado de caso acidental, segundo os resultados apurados através de várias perícias da Polícia Judiciária (PJ).
A PJ, através de peritos do Departamento de Braga e da Diretoria do Norte, apurou que o sinistro terá sido acidental, espoletado por uma máquina situada a meio do pavilhão da fábrica de metalurgia Polibarral, sediada em Ferreiros, no concelho de Braga.
Por essa razão, nem a PJ de Braga mostrou qualquer interesse em chegar à fala com o suspeito pelos casos de vandalismo, cometidos no fim de semana, na cidade de Braga, Daniel C., de 27 anos, nem o juiz de instrução criminal, Luís António Fernandes, o interrogou sequer sobre o fogo que destruiu a fábrica, em Ferreiros.
Ao contrário das primeiras informações, segundo as quais Daniel teria contado à PSP que ateara o incêndio naquela empresa, nas suas declarações ao juiz de instrução criminal de Braga, foi mesmo esse o único caso cuja situação não assumiu, nem poderia confessar, pois não houve fogo posto.
Em prisão domiciliária, controlada por uma pulseira eletrónica, na sua moradia, em Real, Braga, Daniel terá alegado problemas familiares e dificuldades financeiras para a série de atos de vandalismo que confessou, mas será submetido a exames psicossomáticos para avaliar se precisa ser tratado em termos psiquiátricos e psicológicos, bem como se é imputável (responsável pelos seus atos), tem imputabilidade diminuída ou é inimputável.
Daniel Coelho está indiciado por crimes de dano, relacionados com os atos de vandalismo praticados no parque de estacionamento da Decathlon, incluindo o fogo posto num carro, tudo na mesma noite do incêndio industrial em Ferreiros, bem como pelo apedrejamento da vidraria frontal do Palácio da Justiça de Braga, da imobiliária ERA e de uma funerária, tendo sido apanhado em flagrante delito a fazer um furto numa casa, em Nogueira, Braga.