O chefe de Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, disse não querer “arruaceiros na Marinha”, em resposta ao caso dos fuzileiros que agrediram até à morte um agente da PSP. “Fábio Guerra era a nossa pátria”, disse, referindo-se ao agente que foi ontem sepultado.
Citado pelo Diário de Notícias, Gouveia e Melo falava durante uma intervenção no Corpo de Fuzileiros, onde relembrou os valores da pátria e das Forças Armadas.”Não quero arruaceiros na Marinha; não quero bravatas fúteis, mas verdadeira coragem, física e moral; não quero militares sem valores, sem verdadeira dedicação à Pátria; […] Nós somos os guerreiros da Luz e não das trevas! Quem não agir e sentir isto que parta e nos deixe honrar a nossa farda, o nosso legado de mais de 700 anos de Marinha e de 400 de Fuzileiros”.
Lamentou ainda “ver fuzileiros envolvidos em desacatos e em rixas de rua”. “Se não conseguirem ser lobos na selva, mas cordeiros em casa, então não passamos de um bando violento, sem ética e valores militares, sem o verdadeiro domínio de nós próprios e se assim for não merecemos a farda que envergamos, nem os 400 anos de história dos fuzileiros”.
“O Almirante CEMA tem a certeza que o Corpo de Fuzileiros e os Fuzileiros não se revêem neste tipo de comportamento e mantém toda a confiança nesta força de elite da Marinha”, disse ainda.
Recorde-se que Fábio Guerra, de 26 anos, morreu segunda-feira, no Hospital de São José, em Lisboa, depois de ter sofrido graves lesões cerebrais como consequência de agressões à porta de uma discoteca, quando tentava impedir uma rixa a envolver militares da Marinha.
Para além de Fábio, outros três agentes da PSP, que se encontravam todos à civil, foram agredidos. A PJ já deteve três suspeitos, mas um deles, civil, já foi libertado. Os dois fuzileiros ficaram em prisão preventiva.