A 31ª edição dos Festivais Gil Vicente vai a cena de 07 a 16 de junho no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. “Futuro e incerteza, amor e crise, real e absurdo, memória e identidade, medo e desejo, imaginação e revolução, serão alguns dos temas representados durante 2 semanas de debate e inquietação”, diz a organização. Porque – acrescenta – “os festivais Gil Vicente querem inquietar todos. A cidade e o público. Os que já assumem o teatro como paixão e aqueles que querem descobrir esta arte”.
A edição abre com duas estreias. “Pulmões”(07 de junho), de Luís Araújo, expõe-nos uma geração que faz da incerteza um modo de vida. “Pulmões” é a história de uma conversa: um casal na casa dos trinta, M e W, durante uma ida ao Ikea discute a possibilidade de ter um filho e do impacto que isso terá neles e no planeta.
Com encenação de Luís Araújo – que depois de “Subterrâneo” (2016) volta a assinar uma criação para o Ao Cabo Teatro –, “Pulmões” é uma peça sobre pessoas.
Cidade no palco
Segue-se “Retábulos” (08 de junho), a nova peça do Teatro Oficina que leva a cidade para cima do palco.
A cidade é a grande protagonista desta criação, em mais um projeto intensamente participativo da companhia de Guimarães. Uma cidade feita de professores, estudantes, advogados, gestores, desempregados, reformados ou estagiários que agora é convocada a representar no palco do CCVF uma cidade de Alcaides e Governadores, mas que se torna palco de manifestos quando irrompem Cantoneiros ou Mendigos.
O elenco escolhido para mais esta investigação da arte teatral “não é inocente, são os suspeitos do costume: os alunos das Oficinas do Teatro Oficina, pessoas dos 8 aos 64 anos que, desde outubro de 2017, decidiram durante o seu dia a dia fazer teatro, aproximando-se assim de quem faz do teatro o seu dia a dia”.