Os eleitos da Coligação Juntos por Braga (PSD/CDS) na Assembleia de Freguesia de Tadim lamentam, em comunicado, “o comportamento antidemocrático” dos representantes do PS, na oposição, na sessão daquele órgão realizada ontem, na Junta de Freguesia de Tadim.
O presidente da Assembleia, Carlos Silva, adiantou ao O MINHO que “o PS esteve 40 anos no poder na autarquia, tendo-se habituado a geri-la de forma autoritária, e sem respeito pela oposição, e ainda pensa que manda”. Em resposta, o líder do PS no órgão Manuel Faria acusa-o de ser “prepotente” por não permitir intervenções do público e por se substituir ao presidente da Junta, respondendo à oposição em vez dele.
No decorrer dos trabalhos, antes da ordem do dia, Carlos Silva usou da palavra para partilhar informações públicas sobre o projeto de alta velocidade, a ligação ferroviária Porto-Vigo e sobre os impactos no concelho de Braga, nomeadamente em Tadim.
Durante a intervenção, o socialista José António Vilaça tentou, por diversas vezes, interrompê-lo, prática que – sublinha – tem sido sua pratica habitual em anteriores sessões e já referenciadas em ata.
Carlos Silva pediu, então, que não houvesse interrupções, o que levou os socialistas a abandonarem, de forma ruidosa, a sala, manifestando total desinteresse pelas informações que estavam a ser prestadas.
“Lamentando este infeliz comportamento, os eleitos da Coligação reafirmam a sua firme vontade em prosseguir o cumprimento do seu programa, colocando os interesses da Freguesia acima de qualquer querelas ou disputas partidárias”, refere o comunicado.
Ao nosso jornal, o ex-presidente da Junta acusa a Coligação de “mentir”, dizendo que o PS não aceita que o presidente da Mesa se substitua ao da Junta e que proíba os fregueses de falar na Assembleia. “Fizemos duas perguntas ao presidente, Rolando Vilaça, e antes de este responder começou o Carlos Silva a falar”, afirma, dizendo que um cidadão quis intervir e foi proibido por ele, com base numa obrigação de se inscrever antecipadamente, e com a ameaça de que chamaria a GNR.
Esta versão é contrariada por Carlos Silva. “Estive duas horas a ouvir, e a tomar notas, a conferência de imprensa do Governo sobre o comboio de alta velocidade. Achei que devia passar as conclusões à Assembleia, e, a seguir, dei a palavra ao presidente do Executivo”, refere, acusando o PS de fazer interrupções para impedir o normal funcionamento da reunião.
Na ata da assembleia pode-se ler: “O Presidente da Assembleia, Carlos Silva, voltou a interpelar José Vilaça para não o voltar a interromper já era a terceira vez que o fazia e definitivamente teria de obedecer às regras definidas, pelo que José Vilaça pediu desculpas pelo seu comportamento”.
Sobre o facto de ter impedido um freguês de usar da palavra, o líder da Assembleia diz que foram publicadas e afixadas regras que obrigam à inscrição prévia e indicação do assunto a abordar, para melhor funcionamento da reunião. “O PS levava simpatizantes que interrompiam e falavam quando queriam, às vezes a despropósito numa lógica de obstrução”, esclareceu, lembrando que tais regras existem em todas as assembleias.