A Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG) desmente que o comandante do Posto Territorial da GNR do Sameiro, em Braga, obrigue os militares a multar cidadãos por infrações rodoviárias na sua zona de ação situada na área Este do concelho bracarense.
Em comunicado, esta mesma estrutura representativa dos Sargentos da Guarda Nacional Republicana manifesta a sua solidariedade para com o comandante do Posto Territorial da GNR do Sameiro, em Braga, desmentindo categoricamente que o 1º Sargento Hélder Branco obrigue algum dos seus militares a aplicar multas de trânsito ou qualquer outra contraordenação, ao contrário das denúncias colocadas a circular em várias redes sociais.
Naquela nota, assinada pelo presidente da ANSG, o Sargento-Chefe José Lopes, esta estrutura profissional da Guarda Nacional Republicana afirma que na base das denúncias de um grupo de militares do Posto da GNR do Sameiro estará sim a “desmotivação” dos mesmos, levando por sua vez a uma “postura dos militares revoltosos, que mais não é do que a ausência da proficiência que se lhes exige”, negando as versões daqueles militares.
“O falso argumento da imposição e coação utilizado pelos militares, que poderia parecer convincente, é fruto da desmotivação”, já que “esses militares deixaram de se preocupar seriamente com o trabalho e adotam mudanças de comportamento e de posturas que afetam o seu desempenho enquanto profissionais”, refere aquela associação de sargentos.
“Sargento Hélder Branco é excelente profissional”
Ainda segundo a ANSG, “logo, o mal-estar sentido pelos militares do Sameiro não pode ser assacado ao sargento em causa, que se trata de excelente profissional e de elevado mérito, já reconhecido, quer pela sua cadeia de comando, quer pela população que serve”.
“Os 13 militares do Posto Territorial da GNR do Sameiro, influenciados externamente a travestir-se de vítimas e, pelo mesmo motivo, seis deles decidiram enveredar pela baixa psicológica, nunca foram vitimas de qualquer tipo de ação persecutória por parte do seu Comandante de Posto, com qualquer tipo de medida que afetasse a sua esfera jurídica, pelo contrário, tudo o que lhes era exigido era apenas que cumprissem com as normas e regulamentos aplicáveis”, garante a associação liderada pelo Sargento-Chefe José Lopes.
Para a ANSG, na origem da situação está o viver-se, atualmente no seio da Instituição GNR uma enorme perda de espírito de corpo, camaradagem e de missão que deveria ser algo inabalável em todos os seus militares, mas que de dia para dia tem vindo a aumentar e a provocar desequilíbrios Institucionais”, o que “se deve ao drástico desinvestimento por parte da tutela como o não reconhecimento do desgaste profissional e condição do militar da Guarda e seu enquadramento funcional, este destratar, inevitavelmente afeta o brio e a estima de quem desenvolve a sua ação no terreno em prol da segurança interna”.
“Desleixo e desmotivação no seio dos militares”
“A ANSG assume sem vergonha, aliás, já tem alertado, para o crescendo de casos de desmotivação, baixa autoestima, desleixo e desinteresse pela causa pública, que tem vindo a aumentar no seio dos militares da GNR, o que, nalguns casos, felizmente uma minoria, estimulam o bloqueio das atividades profissionais e acabam por desviar energias para conflito disfuncional interno”, disse a estrutura representativa dos sargentos da GNR.
Ainda de acordo com a ASNG, “um exemplo paradigmático deste tipo de conflito, é o caso do abaixo-assinado, como forma de protesto, dos militares do Posto do Sameiro em Braga, contra o seu comandante, o sargento Hélder Branco, acusando-o de impor a elaboração mensal de 15 autos de contraordenação”, que diz não corresponder à verdade.
“A ANSG deseja que se evite a profusão de acusações infundadas e esclarece que, pese embora o aumento do comportamento de risco dos condutores e aumento dos crimes contra o património, nunca o Sargento Hélder Branco impôs a qualquer militar do Posto do Sameiro que na média individual dos 20 dias e 160 horas de serviço mensais, de serviço que prestam, procedessem à elaboração de 15 autos de contraordenação”, afirma.
“O compromisso para com a sociedade e a observância do código de conduta institucional praticado pelo Sargento Hélder Branco, pode trazer ansiedade e os militares podem pensar que a sua segurança está abalada relativamente à reivindicação e realização dos seus valores, necessidades, preferências e expetativas profissionais, refere a ANSG, para quem
“esse deve ser, aliás, um foco de todos, inclusive da Associação Nacional dos Sargentos da Guarda, consciencializando a sociedade para as opções governativas que colocam em causa o funcionamento das instituições, como é o caso da Guarda Nacional Republicana”.
“Fechar os olhos” à violência doméstica
O MINHO apurou que dois dos militares que entraram de baixa médica terão integrado uma patrulha repreendida por alegadamente ter “fechado os olhos”, ao subestimar um caso de violência doméstica em que um cadastrado agredia os pais, ambos septuagenários, em São Mamede de Este, nos arredores de Braga, cuja gravidade dos factos levou mesmo o Juiz de Instrução Criminal de Braga a aplicar prisão preventiva, medida de coação mais grave, ao suspeito, mas só depois de uma outra patrulha ter voltado ao local e procedido de acordo com aquilo que está instituído na GNR e por determinação legal, no âmbito das medias cautelares de proteção às vítimas, especialmente as mais vulneráveis, como é o caso dos dois idosos, que se arriscavam a não ver acautelada a sua defesa por parte do Posto Territorial da GNR do Sameiro, se não tivesse havido intervenção superior na GNR.