A Biblioteca Pública de Braga (BPB) apresenta até 18 de janeiro de 2019 uma exposição sobre Vitorino Magalhães Godinho, assinalando o centenário do nascimento desta figura da historiografia e cultura portuguesa do século XX.
É possível ver painéis e cerca de 80 publicações suas ou de que foi alvo, como “Os Descobrimentos e a Economia Mundial”, os seus ensaios no “Dicionário de História de Portugal”, a sua introdução no país da Escola dos Annales e diversos artigos de imprensa. A mostra insere-se no ciclo “Efemérides” da BPB, que procura divulgar o seu espólio. Está patente no átrio daquela unidade cultural da Universidade do Minho, sita na Praça do Município, e tem entrada livre todos os dias úteis, das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30.
Vitorino Magalhães Godinho (1918-2011) notabilizou-se como historiador, professor e ministro da Educação e Cultura. A resistência à ditadura levou o lisboeta a um percurso académico fora do país, celebrando o 25 de Abril em França. Doutorou-se pela Universidade de Paris Sorbonne com uma tese sobre a economia do império português e foi investigador e docente no Centre National de la Recherche Scientifique, na École Pratique des Hautes Études e na Universidade de Clermont-Ferrand. Já em Portugal foi diretor da Biblioteca Nacional, presidente da Associação Portuguesa de História Económica e Social, diretor da “Revista de História Económica e Social” e de várias coleções literárias, além de professor das universidades de Lisboa, Nova de Lisboa (onde liderou o Departamento de Sociologia) e do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos.
O seu reconhecimento internacional justificou-se também por ter sido distinguido com o Prémio de História Marítima pelo Governo francês, o Prémio da Fundação Internacional Balzan e o doutoramento honoris causa pela Universidade de Clermont-Ferrand. Foi ainda sócio correspondente da British Academy, em Londres, e da Academia Brasileira de Letras, professor visitante da Universidade de São Paulo, no Brasil, cofundador da Societé Marc Bolch pour l’Histoire des Civilisations e colaborador ativo da revista francesa “Annales”, que introduziu uma nova visão da História. “Pela difusão da sua obra, pelo seu magistério, pelos seus cargos, [Vitorino Magalhães Godinho] exerceu larga influência na institucionalização das ciências sociais em Portugal, na formação de novas gerações de investigadores e na renovação da historiografia”, descreveu-o o historiador Jorge Pereira.