O presidente da Câmara de Braga Ricardo Rio disse hoje a O MINHO que a pretensão do SC Braga de vir a construir um novo estádio, aproveitando a zona do Estádio 1.º de Maio só se colocará se os bracarenses aprovarem a venda do atual estádio municipal e se, de seguida, houver comprador para ele.
“Nunca falei com o presidente do clube sobre este tema. Mas eu próprio já pus a hipótese de se voltar a utilizar o 1.º de maio. Só que, tal pretensão, melhor qualquer projeto de renovação enfrenta condicionantes que resultam do facto de se tratar de património municipal”, vincou.
O autarca considera que o comunicado hoje emitido pelo SC Braga “demonstra que a construção do estádio, por mais de 160 milhões, não só trouxe encargos exorbitantes para os cofres municipais, como não serve, na totalidade os interesses do clube e da sua equipa de futebol”.
Na nota de imprensa divulgada esta tarde, o clube diz que, se a autarquia local “cooperar”, o futuro estádio pode nascer onde se localiza o 1.º de Maio.
Em fevereiro, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, anunciou que a edilidade vai fazer um referendo local sobre a venda do Estádio Municipal de Braga, recinto construído para o Euro2004 e, desde então, ‘casa’ da equipa de futebol dos minhotos.
Essa possível alienação “foi motivo de várias reflexões por parte do Conselho Geral e dos demais órgãos sociais” do SC Braga, reunidos no passado sábado.
Nessa reunião, segundo um comunicado do SC Braga, o líder ‘arsenalista’, António Salvador, falou “sobre o futuro pós período de vigência do contrato de cedência, que terminará em dezembro de 2033” e alertou “para a necessidade de, desde já, começar a promover uma discussão alargada com os sócios a propósito da possível construção de um novo estádio, obra vital para o futuro do SC Braga”.
“Esse novo complexo, propriedade do SC Braga, seria mais pequeno (cerca de 20.000 lugares), com uma localização central, funcional, ‘business-oriented’ e adaptado às necessidades do clube dos seus adeptos. No entanto, este tema dependerá sempre da vontade dos sócios, independentemente da direção que estiver a presidir, no futuro, o Clube/SAD”, pode ler-se.
Cedência
António Salvador referiu ainda “que se a câmara municipal o entender e cooperar com o SC Braga em relação a este tema, cedendo em definitivo o Estádio 1.º de Maio, a construção do novo complexo poderá ser executada naquele local, nos moldes acima referidos”.
A reunião do Conselho Geral e dos restantes órgãos sociais do clube e da SAD serviu para dar a conhecer os termos da minuta final aprovada recentemente pela Assembleia Municipal para outorga do contrato de constituição do direito de superfície entre município e clube no âmbito da segunda fase da cidade desportiva do SC Braga, assim como os termos do protocolo entre clube e SAD para a utilização da estrutura.
Entre outros pontos, e “tendo em conta a putativa venda do Estádio Municipal e que os dois campos de treinos anexos ao mesmo o poderiam acompanhar, foi solicitado que os mesmos fossem incluídos na constituição do direito de superfície”, de forma a “proteger a Cidade Desportiva de qualquer vicissitude que venha a ocorrer no âmbito do Estádio Municipal”.