O distrito de Viana do Castelo foi o segundo do país com mais dias de trovoada durante o ano de 2023, com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a detetar cerca de 8.000 descargas elétricas atmosféricas sobre o solo do Alto Minho.
No relatório de descargas correspondente ao ano transacto, a que O MINHO teve acesso, o IPMA verifica que “foi na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Alto Minho que ocorreu o maior número de dias de trovoada, representadas pelos distritos de Vila Real (54 dias), Bragança (50) e Viana do Castelo (50).
No distrito de Viana do Castelo, foram registadas 1.064 descargas elétricas que atingiram o solo e 6.880 descargas que ocorreram entre nuvens, aponta o mesmo relatório.
Em termos de concelhos, Arcos de Valdevez foi o mais fustigado, ocupando o sexto lugar na tabela nacional, com 32 dias de trovoada onde foram registadas 2.011 descargas elétricas atmosféricas, 267 das quais atingiram solo.
Segundo o relatório do IPMA, “a trovoada está geralmente associada a nuvens do tipo cumuliforme, nomeadamente cumulonimbus, isolados ou organizados em sistemas convectivos de meso-escala, podendo dar origem” a descargas elétricas, “precipitação intensa, rajadas de vento forte e granizo”.
“Este fenómeno resulta da separação de cargas elétricas dentro de uma nuvem, devido ao choque entre partículas, distribuindo-se dentro da nuvem conforme o tamanho e tipo das partículas e as correntes de ar, ascendentes ou descendentes, dominantes”, acrescenta o IPMA.
Um raio pode chegar aos 20 quilómetros de comprimento e 40 mil quilómetros por segundo, atingindo corrente elétrica superior a 100Kamp.
Parte dos raios chegam à terra, na sua grande maioria, com polaridade negativa, mas os mais comuns são entre as nuvens. Os raios com polaridade positiva, por sua vez, costumam estar associados a uma maior descarga de energia, provocando os trovões mais audíveis.
A Rede de Descargas Elétricas Atmosféricas do IPMA possui cinco detetores em Portugal continental, um deles localizado junto ao aeródromo de Braga, funciona desde junho de 2002, deteta e localiza “descargas elétricas atmosféricas (raios) no território continental e áreas oceânicas adjacentes”.