Declarações após o jogo Benfica – Moreirense (1-1) da 18.ª jornada do da I Liga portuguesa de futebol:
Ricardo Sá Pinto (treinador do Moreirense): “Sabíamos que tínhamos de ser muito organizados, o Benfica é forte em todos os setores, tem jogadores de muita qualidade, muitas opções… sabíamos que tínhamos de sofrer, de estar muito organizados. Na primeira parte não conseguimos, muitas vezes, sair, por culpa do Benfica. Defendemos bem, mas não fomos produtivos. Na segunda, um pouco mais do mesmo, tirando os últimos 15 minutos, nos quais tivemos de sofrer mais. Demos o jogo exterior pois sabemos que somos fortes no jogo aéreo, no cruzamento, mas é natural que o Benfica, jogando em casa, teria sempre uma ou outra oportunidade como o fez.
Não viemos só defender, vínhamos com a estratégia de aproveitar a transição e conseguimos fazê-lo, foi pena termos sofrido aquele golo. Foi pena, pois voltou a dar-lhes ânimo, a equipa desnorteou-se um pouquinho, mas foi um bom resultado para nós. É um bom começo para mim, para a minha equipa técnica, para todos. Vai ser até ao final uma grande luta e qualquer ponto que ganhemos será saboroso.
(Grimaldo falou, na flash, de antijogo por parte do Moreirense) É normal, quando não se consegue ser tão acutilante ou competente contra uma equipa como a nossa, que haja alguma frustração. Antijogo, comigo nunca houve nem vai acontecer.
Senti que marcámos o golo no nosso melhor período e que se tivéssemos aguentado um pouco mais, poderíamos vencer. Penso que o resultado se ajusta. Estrategicamente também estivemos muito bem, muitos parabéns à equipa e aos jogadores porque foram fantásticos na preparação para este jogo, acabamos felizes com este jogo e merecíamos sair daqui com um empate. Sabemos que os jogadores do Benfica são de um grande nível e que tínhamos de os parar”.
Nélson Veríssimo (treinador do Benfica): “O resultado está longe do que tínhamos como objetivo. Tivemos mais domínio, mais ocasiões de golo… faltou-nos eficácia junto da baliza adversária. O Moreirense, com a sua estratégia defensiva, e nós nem sempre conseguimos contrariar essa estratégia com ataque à largura. Conseguimos fazê-lo em alguns momentos, noutros não conseguimos e não concretizámos as nossas oportunidades. O Moreirense teve duas situações para marcar, concretizou uma, nós reagimos e conseguimos um golo e em alguns momentos tivemos oportunidades para voltar a marcar. Estamos frustrados com o resultado porque não conseguimos.
A confiança é a mesma, sabemos que a nossa tarefa era difícil e pode ficar ainda mais difícil, mas não iremos abdicar dos objetivos para esta época, que é sermos campeões nacionais. É óbvio que a margem de erro é menor e sabemos que não a temos, não vale a pena insistir nessa tecla… e cada vez que não ganhamos fica mais difícil. Não podemos apontar apenas uma falha, nem tudo estava bem nem agora tudo está mal, temos de olhar para o jogo como um processo global, mas é uma análise que nos cabe enquanto treinadores.
Em muitos momentos insistimos nos corredores nos cruzamentos, os centrais do Moreirense estavam numa posição de conforto e ocorreram porque não tivemos o ataque à profundidade que deveríamos ter tido. As dores de crescimento são de mudança de treinador, o processo não é estanque e a equipa está constantemente a evoluir. Temos de analisar o que não está a correr bem e corrigir, e é o que iremos trabalhar nesta próxima semana. Perspetivar o Arouca e preparar esse jogo.
Cheguei há cerca de duas semanas à equipa A e não consigo quantificar em que nível está a equipa. Mas, não vai ser este resultado que me vai abalar, a mim e à equipa, como treinador do Sport Lisboa e Benfica. O nosso foco mantém-se e será direcionado para o Arouca, que é o jogo seguinte e o mais importante.
Coletivamente o que pedimos à equipa era que tivéssemos uma entrada forte e acho que conseguimos fazê-lo, tivemos o domínio do jogo como era expectável. É verdade que à medida que o tempo vai passando, a equipa do Moreirense galvanizou-se com ações ofensivas e a causar junto da nossa equipa algum desconforto por não conseguirmos marcar, mas criámos ocasiões suficientes para fazermos o golo.”