César Boaventura, empresário natural de Viana do Castelo, foi acusado pelo pelo Ministério Público (MP) de dez crimes de burla qualificada, um de fraude fiscal qualificada e outro de branqueamento de capitais, no âmbito da Operação Malapata.
Segundo a revista Visão, que avança a notícia, o processo envolve transferências de jogadores e muitos milhares de euros que circularam por várias contas bancárias, apesar de o empresário ter sido declarado insolvente pelo Tribunal de Famalicão em 30 de outubro de 2014.
Também estão acusados, mas apenas pelo crime de branqueamento de capitais, empresários ligados à metalurgia e com ligações próximas a Boaventura.
Já esta manhã, César Boaventura reagiu à acusação na sua página de Facebook.
“‘A verdade é como o azeite’. Muita tinta vai correr e estar a correr para a ‘infelicidade’ de muita gente'”, escreveu o empresário.
No despacho de acusação, citado pela Visão, pode ler-se: “Para além da notoriedade que procurava e publicitava nas redes sociais, César Boaventura, para conferir maior credibilidade à sua veste de empresário de futebol de sucesso, fabricou contratos de exploração de direitos de imagem, confissões de dívida e extratos bancários, documentos utilizados para convencer terceiros a entregarem-lhe as importâncias que o mesmo foi pedindo e que foram canalizadas para fins distintos ao que anunciava”.
De acordo com a mesma fonte, uma das formas encontradas pelo arguido para se credibilizar junto dos seus alvos passava por afirmar ter uma “ligação privilegiada ao então presidente do SL Benfica, Luís Filipe Vieira, de quem afirmava ser amigo”.
O presidente do Benfica foi ouvido como testemunha no processo.
César Boaventura é ainda acusado de falsificar um contrato de representação e cedência de direitos de imagem com Gedson Fernandes, na altura a jogar no Benfica e atualmente no Besiktas da Turquia.
O empresário vianense está em prisão domiciliária, em Barcelos, desde dezembro de 2021, tendo a procuradora do Ministério Público pedido ao juiz de instrução do Tribunal de Instrução Criminal do Porto que esta situação se mantenha, o que foi aceite pelo magistrado judicial.
A procuradora alegou que, com a dedução da acusação, “encontra-se aumentado o perigo de fuga”.