César Boaventura, empresário de futebol detido na “Operação Malapata”, saiu na manhã desta sexta-feira da cadeia de Custóias, onde esteve quase duas semanas, e já se encontra em prisão domiciliária na sua casa de luxo, em Abade de Neiva, no concelho de Barcelos.
A notícia é avançada pelo Correio da Manhã (CM) dando conta de que César Boaventura teve de aguardar para que lhe fosse instalada a pulseira eletrónica na moradia, após lhe ter sido decretada a prisão domiciliária.
Como O MINHO noticiou, o empresário de futebol foi detido no passado dia 15 na “Operação Malapata” que levou a buscas em Barcelos, Braga, Esposende e Famalicão.
Em causa estão os crimes de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação informática e branqueamento num esquema que terá rendido 70 milhões, foi hoje anunciado.
Além de César Boaventura, foram detidas mais duas pessoas, uma das quais é um empresário do sector metalúrgico.
No auto de buscas do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, a que a Lusa teve acesso, estão descritas várias empresas (incluindo uma têxtil e outra de construções metalomecânicas), quase todas localizadas na região Norte do país, diversos contabilistas, Benfica e Sporting e respetivas SAD – Sociedade Anónima Desportiva, mas os clubes já garantiram que não são arguidos nem visados na investigação, que procura apurar a eventual prática dos crimes de fraude fiscal, burla qualificada, falsificação informática e branqueamento.
Através do exercício de atividade comercial fictícia de sociedades geridas pelos suspeitos, assim como de correspondentes contas bancárias tituladas por terceiros (pessoas individuais e coletivas), em território nacional e no estrangeiro, aqueles lograram criar um intrincado esquema de faturação/movimentação financeira que ofereciam tanto como veículo de branqueamento para terceiros, prestando assim esse serviço ilícito pelo qual seriam remunerados, como para ocultação dos proveitos gerados da própria atividade legítima dos próprios e de terceiros, nos setores indicados”, explica esta polícia de investigação criminal.
Segundo a PJ, a vantagem patrimonial estimada em sede fiscal, associada ao principal visado (César Boaventura), atinge o montante de 1,5 milhões de euros, “apenas com base em elementos já confirmados”.