Declarações dos treinadores após o jogo Vitória SC – Rio Ave (1-2), da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães.
Ivo Vieira (treinador do Vitória SC): “É um registo que não é positivo [ter 25 pontos em 18 jogos e nenhuma vitória contra nenhum dos 10 primeiros da tabela]. Não basta dizer que, perante aquilo que temos feito, temos de ter melhores resultados. A equipa tem bom volume ofensivo de jogo, mas não consegue concretizar. Na segunda parte, tivemos várias situações em que não conseguimos fazer golo. O adversário marcou golo em praticamente duas oportunidades.
Não são positivos estes resultados com equipas da parte de cima da tabela. Temos de trabalhar mais para termos melhores resultados com equipas que lutam pelos mesmos objetivos do que nós.
A nível de ocasiões, de remates e de cantos, dá para perceber aquilo que a equipa quis. Não sei se posso associar isso [pouca eficácia] à ansiedade, à falta de discernimento. Tem-se visto alguma precipitação na hora de fazer as coisas. Qualquer adversário que vem cá fecha-se muito num bloco médio-baixo, dando menos espaço para atacar. Temos de ser mais competentes na decisão. A diferença [entre as duas equipas] foi a eficácia.
Até ao penálti anulado [após consulta do videoárbitro], o Vitória dominou o jogo. Depois houve alguma adrenalina com a quebra de jogo e, nesse período, houve alguma falta de discernimento na equipa. Com a paragem muito longa, a equipa ‘arrefeceu’, perdeu ritmo e quebrou animicamente. Na segunda parte, o Vitória atacou e o Rio Ave não teve uma situação de golo”.
Carlos Carvalhal (treinador do Rio Ave): “Foi um jogo com sangue, suor e lágrimas. Era impensável que o Rio Ave, que já não vinha cá ganhar há muito tempo [2013], podia ganhar e não sofrer. É difícil para qualquer equipa vencer na casa do Vitória de Guimarães. É preciso trabalhar, sofrer e ter uma ‘pontinha’ de sorte.
O Vitória não é uma equipa que baixe muito as linhas, mas também não pressiona muito a primeira fase de construção [do adversário]. Fizemos as coisas com paciência até ao momento em que os jogadores do Vitória começaram a subir mais e tentámos penetrar na estrutura deles para criar lances de perigo.
Fizemos um golo num ataque rápido e depois fizemos o segundo. Queríamos jogar a segunda parte como jogámos na primeira, mas não jogamos sozinhos. O Vitória passou a jogar praticamente em 4x2x4 e recuámos.
[Temos] três vitórias [consecutivas], mas cinco bons jogos, pois incluo aí a derrota em casa com o Marítimo (1-0) e a derrota na Luz, para a Taça de Portugal (Benfica, por 3-2), um dos jogos da época. A qualidade de jogo da equipa melhorou muito a partir do jogo com o Marítimo.
É muito fácil puxar por todos os atributos de uma equipa depois de se ganhar, mas não vou por aí. Fomos eficazes porque conseguimos fazer dois golos. Não fomos mais inteligentes do que o Vitória. Cada equipa teve a sua estratégia. Se o Vitória tem feito mais cedo o 2-1, poderíamos ter sofrido o 2-2.
Não me parece que se tenha galvanizado [após o penálti anulado pelo videoárbitro]. É difícil avaliar os lances olhando-se a cada ‘frame’. Tenho dúvidas que a tecnologia seja assim tão precisa para que a intervenção humana não seja decisiva em cada lance. Sou defensor do videoárbitro, mas temos de formar pessoas cada vez melhores para isso”.