O PSD dobrou para quatro o número de câmaras que lidera no distrito de Viana do Castelo nas autárquicas de domingo, ao conquistar Monção e Ponte da Barca, onde o PS era poder há 20 e há 12 anos, respetivamente.
De acordo com os dados da Direção Geral de Administração Interna (DGAI), em Monção, o PSD, liderado por António Barbosa, venceu com 47,01% dos votos, garantindo quatro mandatos. O PS, que recandidatou Augusto Domingues, atingiu 43% e ficou com três vereadores no executivo.
Nos últimos quatro anos, o socialista Augusto Domingues governou em minoria a Câmara de Monção, que venceu por três votos, após falhado o entendimento com PSD e CDS-PP, maioritários no executivo que saiu das autárquicas de 2013.
Em Ponte de Barca, o único concelho do Alto Minho em que houve mudança de liderança municipal, neste caso com António Vassalo Abreu a terminar 12 anos consecutivos como presidente da Câmara pelo PS, o candidato do PSD, Augusto Marinho, reconquistou o município perdido em 2005, alcançando 54,15 % dos votos e quatro mandatos.
Em 2013, Augusto Marinho, de 42 anos, foi eleito vereador pelo Movimento de Cidadãos Barquenses – Mudar Augusto Marinho. Antes, em 2009, tinha sido eleito vereador pelo PSD.
Com a saída de Vassalo Abreu, por limitação de mandatos, a lista rosa às eleições de 01 de outubro foi liderada pelo seu adjunto ao longo dos três mandatos. Inocêncio Araújo, de 41 anos, conseguiu 40,14% dos votos.
Além daquelas duas autarquias, o PSD manteve o concelho de Valença, onde o atual presidente da segunda cidade do Alto Minho, Jorge Mendes, foi reconduzido para um segundo mandato, com 58,16% dos votos.
Já em Arcos de Valdevez, o social-democrata João Manuel Esteves confirmou a maioria absoluta ao alcançar 67,81% dos votos e garantir seis mandatos. A estreante socialista, Dora Brandão, ficou-se pelos 17,68%, assegurando a sua própria eleição (passa de dois para um vereador).
O CDS-PP deixa de estar representado no executivo camarário de Arcos de Valdevez, já que o partido não foi além de 5,62% dos votos.
Em Viana do Castelo, Melgaço, Paredes de Coura e Caminha os atuais presidentes de Câmara socialistas garantiram as reeleições. Em Caminha, o PSD tentou o regresso de Júlia Paula Costa mas a ex-autarca, que em 2013 foi impedida de concorrer devido à lei da limitação de mandatos autárquicos, falhou a eleição para o socialista Miguel Alves, reconduzido para um segundo mandato.
Em Vila Nova de Cerveira, o movimento independente “Pensar Cerveira”, liderado por Fernando Nogueira, assegurou a reeleição para segundo mandato, mantendo a maioria.
Ex-vice-presidente da Câmara liderada até 2013 pelo socialista José Manuel Carpinteira, atual deputado pelo Alto Minho, Fernando Nogueira desfiliou-se do PS e venceu, como independente, as autárquicas desse ano, retirando ao PS uma câmara que deteve durante cerca de três décadas.
Na origem do diferendo estiveram as eleições diretas para escolha do candidato socialista à Câmara de Vila de Nova de Cerveira nas eleições de 2013.
O CDS-PP, com a reeleição do atual presidente Victor Mendes, manteve a Câmara de Ponte de Lima, com 53,35% dos votos (faltava apurar 1 freguesia) contra os 22,79% alcançados pelo movimento independente “Ponte de Lima minha Terra” liderado pelo ex-deputado do CDS-PP, Abel Baptista.
Batista concorreu como independente com o apoio do PS, depois de, em 2016, ter renunciado ao lugar na Assembleia da República e aos cargos que desempenhava no CDS-PP.
Em 2013 foi eleito vereador da Câmara Municipal de Monção pelo CDS-PP, lugar que também abandonou no ano passado.