O presidente da Câmara de Viana do Castelo congratulou-se, hoje, com o início da demolição de um armazém abandonado há mais de três décadas na frente ribeirinha, considerando tratar-se do projeto de reabilitação “mais importante dos últimos anos”.
“É com muita satisfação que vemos o início do processo de reabilitação e revitalização do centro histórico, na zona da ribeira, o projeto mais importante dos últimos anos em Viana do Castelo que prevê a requalificação de um quarteirão importante que a câmara municipal ansiava desde o final da década de 90, do século passado”, afirmou, hoje à agência Lusa, José Maria Costa.
O imóvel, antigo armazém da Quimigal Adubos, em avançado estado de degradação, devoluto e abandonado há mais de três décadas, está situado junto à antiga doca comercial onde está atracado o navio museu Gil Eannes.
Num investimento privado estimado em 10 milhões de euros, o edifício começou hoje a ser demolido para posterior construção de 22 apartamentos de luxo e duas lojas comerciais.
Contactado pela Lusa, o diretor geral da Reabilitar Viana, Fernando Peixoto, explicou “ter sido hoje iniciada a demolição das paredes e telhado do imóvel, intervenção que estará concluída dentro de cerca de duas semanas”.
O responsável referiu que “concluída a demolição, será iniciada a fase de sondagens arqueológicas, seguindo as escavações para construção da cave e dos andares do edifício Marina”.
Para o autarca José Maria Costa, a “proposta do promotor vai ao encontro da estratégia da câmara municipal que, desde o final na década de 90, procurava um privado que pudesse desenvolver um projeto que transformasse a silhueta marginal da frente ribeirinha”.
“Este projeto reúne as duas condições fundamentais num processo de reabilitação do centro histórico. Atrair mais pessoas, imprimir mais vida comercial e requalificar um pavilhão que se encontrava em muito mau estado e a dar uma má imagem da paisagem urbana”, reforçou.
Para aquela zona da cidade está ainda prevista a construção de uma marina atlântica, para navios de cruzeiro, cujo concurso público, segundo o autarca socialista, deverá ser lançado no “início de 2020”.
José Maria Costa explicou que “o município aceitou a descentralização de competências no domínio das áreas portuárias, estando em curso negociações entre a autarquia e Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
“Neste momento, está a ser ultimado o processo de transferência dos terrenos associados à área portuária para domínio municipal para que, no início do próximo, a câmara possa iniciar o procedimento concursal com vista à atribuição a privados da concessão da infraestruturação e exploração da marina atlântica”, especificou o autarca social, estimando que o investimento poderá rondar “os três a cinco milhões de euros”.
Em causa está a doca de recreio, a jusante da ponte Eiffel, e a construção, na doca comercial, de uma marina atlântica, para embarcações de maior dimensão.
Em maio, em declarações à Lusa, António Mimoso, da administração da APDL, com concessão daquelas infraestruturas, a cidade será dotada de um total de 450 lugares de amarração.
O responsável, explicou que a marina atlântica, terá entre 120 a 150 lugares para embarcações até quatro metros de calado.
Já a doca de recreio disponibilizará cerca de 300 lugares para embarcações até três metros de calado.
António Mimoso disse que aquelas infraestruturas estão previstas para “uma zona sensível da cidade, na frente ribeirinha, sendo necessária uma integração urbanística adequada e no âmbito do Plano de Pormenor que está em vigor naquela área”.
“A intenção da administração da APDL e da Câmara de Viana do Castelo passa por definir as bases da concessão, do conjunto de regras e de procedimentos com vista a uma integração urbanística harmoniosa numa zona sensível cidade que é a frente ribeirinha”.