Um sistema de controlo de velejadores em competição está a ser estreado mundialmente no campeonato europeu de vela, a decorrer em Viana do Castelo, após ter sido adaptado pela primeira vez à náutica por uma empresa local.
“Foi uma adaptação do sistema que usamos no ciclismo, no BTT, no Trail, a esta modalidade, para o controlo dos atletas. É um ‘check in/check out’, ou seja, verificar quem está no mar, e quem não está”, afirmou hoje Hélder Barbosa, da Classificações.Net, empresa responsável pela adaptação do sistema eletrónico aos desportos náuticos.
Trata-se de um ‘chip’ que é preso no mastro da embarcação que, ao passar por dois tapetes de leitura, assinala se esta entrou, ou saiu do mar.
A empresa de cronometragem de vários eventos desportivos, criada há três pelo ex-ciclista Ricardo Costa, foi “desafiada” a desenvolver esta adaptação à náutica pelo Clube de Vela de Viana do Castelo, que está a organizar o Campeonato Europeu de Vela, a decorrer até sábado.
Os 263 ‘chips’ colocados nas embarcações dos atletas de 31 países concorrentes vieram substituir a forma “arcaica” como as organizações procediam ao controlo dos velejadores.
“Utilizavam uma espécie de cartões que o atleta leva para o mar, e quando chegava a terra tinha que o colocar num determinado sítio. Alguém da organização é que via se faltava alguém. O atleta podia perder o cartão ou esquecer-se de o colocar no local certo e andavam à procura dele sem necessidade”, explicou o porta-voz da empresa instalada em Vila Franca.
Segundo Hélder Barbosa, apesar de estar a ser utilizado pela primeira vez, o sistema “não falhou” e veio dar “segurança e tranquilidade” à organização, responsável pelos mais de 300 velejadores em competição.
“Para a nossa empresa está a ser um agradável sucesso. Agora compete às organizações de tipo de provas decidir se o sistema é útil ou não”, frisou.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa da Classe Laser, João Correia, “é a primeira vez que o sistema está a ser aplicado em provas em Portugal”, defendendo ser o sistema “perfeito para provas de grande dimensão”.
“Não há possibilidade de falha humana. Mais precisão é difícil”, frisou.
Já o treinador da seleção de Itália, o português Luís Rocha, afirmou que “é a primeira vez que este sistema é utilizado no mundo, pelo menos, em provas de vela ligeira e olímpica”.
“Como é um sistema eletrónico evita o erro humano. É bom para a organização, e para os atletas. Transmite grande segurança, é prático e simples”, sublinhou.