Declarações dos treinadores do FC Porto e do Sporting de Braga, Sérgio Conceição e Carlos Carvalhal, respetivamente, no final da partida da primeira jornada da I Liga portuguesa de futebol, que os ‘dragões’ venceram por 3-1:
Carlos Carvalhal (treinador SC Braga): “A palavra chave é o detalhe. No início, tivemos sempre o jogo controlado, não demos espaço entre linhas, e depois de estarmos a ganhar, acabámos por abrir para o FC Porto marcar.
Na segunda parte, ainda tivemos um remate do Ricardo Horta, que passou junto ao poste e uma outra jogada de Abel Ruiz, que podiam ter feito a partida ser diferente.
A minha proposta de ganhar o jogo foi posta em prática pelos jogadores, que foram bravos e valentes, mas defrontámos o campeão nacional, que é uma equipa muito forte.
Houve coisas positivas, como o nosso golo, que foi bonito, e outras coisas para ratificar, nomeadamente a questão dos detalhes que temos de trabalhar, porque temos a certeza que o Braga vai animar o campeonato.
O Paulinho não recuperou a tempo, há jogadores com apenas algumas semanas de trabalho e atrasados na recuperação, e outros lesionados, como Gaitan ou o Rui Fonte.
Alguns dos que apresentámos tiveram de acelerar a sua preparação, mas globalmente estou satisfeito com a prestação da equipa, mas insatisfeito com o resultado que me parece pesado.
Tenho certeza que vamos melhorar, se colocarmos toda a nossa energia em jogo, vamos mostrar o nosso real valor. O Braga é uma equipa competitiva, que pode discutir os três pontos com qualquer adversário, em Portugal e na Europa.”
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Foi um jogo bem disputado, estou feliz com esse facto, e com pena por não ter pessoas no estádio para ver duas boas equipas.
Entrámos bem na partida e tivemos ocasiões para fazer golos antes do Braga, com a equipa a perceber a ocupação dos espaços e a ter inteligência para recuperar bola, mas acabámos por sofrer no primeiro remate enquadrado do adversário.
Fomos à procura do empate, para depois conseguir algo mais, porque era importante não perder no intervalo, e com mérito no último terço, fizemos dois golos e podíamos ter feito mais.
Na segunda parte, o Sporting de Braga teve ocasiões, mas controlámos bem o jogo, e ainda chegámos a mais um golo, e se tivéssemos um pouco mais de critério podíamos ter feito mais. Foi um triunfo justo.
[Sobre a eventual saída de Alex Telles] O clube não me disse nada e estou tranquilo com o trabalho que temos feito com os jogadores.
Tenho de realçar o profissionalismo do Alex, que, apesar das notícias, fez um jogo muito competente, tal como a equipa. Tenho um grupo de jogadores com muito caráter, que sei que até ao último dia no clube, quer seja amanhã ou daqui a 10 anos, vão dar o máximo.
[sobre a ausência do público] Todos esperávamos ter público nos estádios, mas é uma coisa que não podemos controlar. O futebol é muito regulado, eu já fiz 23 testes [de despiste à covid-19], mas que o [Carlos] Carvalhal, e também tenho familiares na área da saúde e nunca foram testados.
Fico triste pelos adeptos, que não podem assistir a bons jogos como este. É uma atmosfera diferente, e apesar de quando começa o jogo os jogadores esquecerem tudo isso, no final é mau para o espetáculo.
[Sobre os reforços Taremi e Zaidu que se estrearam] Estiveram bem. Com todo o respeito com o Rio Ave e com o Santa Clara, jogar num clube com o FC Porto é diferente. O trabalho diário, a ambição e a exigência é outra. Mas, normalmente, os jogadores que vamos buscar, também pelo seu caráter, adaptam-se.
O Taremi é muito inteligente nas movimentações, procurando espaços onde não há, e o Zaidu é um jovem com muito potencial. Está em estado diferente de preparação, mas conto com eles.”