Os detidos portugueses e espanhóis por suspeitas de tráfico internacional de droga, durante uma operação da Polícia Judiciária (PJ) de Braga, estão já no tribunal para serem, esta sexta-feira, interrogados e aplicadas as respetivas medidas de coação.
As detenções verificaram-se durante esta quinta-feira, mas terã escapado da PJ de Braga pelo menos dois outros suspeitos.
O MINHO apurou que, apesar de ter sido escolhida a quadra natalícia para tentar surpreender os suspeitos, os resultados operacionais terão ficado aquém das expectativas da própria PJ de Braga, sabendo-se que houve buscas dentro de contentores marítimos durante os dias de quarta e quinta-feira.
Essa poderá ser a razão pela qual, desta vez, contra aquilo que costuma suceder, não ter sido feito até ao momento, qualquer comunicado à imprensa, apesar do elevado número de detidos e das alegadas, para já só alegadas, ramificações internacionais.
Cidadãos “batem com o nariz na porta”
À margem desta diligência judicial, que decorre à porta fechada, vários cidadãos que foram convocados para comparecerem noutros atos judiciais, sob ameaça de multas caso não comparecessem, deram “com o nariz na porta” do Palácio da Justiça.
Convocados para se deslocarem ao Tribunal Judicial de Braga numa antevéspera de Natal, alguns de concelhos periféricos de Braga, entretanto, não foram, nenhum, desconvocados , nem sequer há qualquer aviso à porta avisando existir tolerância de ponto, sendo que hoje só trabalhariam os funcionários que o quisessem.
O MINHO falou com alguns desses mesmos cidadãos afetados, parte dos quais estão emigrados e agora a sua preocupação era tentar recuperar o tempo perdido junto dos familiares, porque perderam meio dia e fizeram despesas desnecessárias com as referidas convocatórias judiciais.
Jornalistas todos “no olho da rua”
Entretanto, os jornalistas estão à porta do Palácio da Justiça de Braga, impedidos de entrar, apesar de credenciados em diversas entidades, como o Conselho Superior da Magistratura. Sabe-se que tal decisão partiu unilateralmente de um funcionário administrativo, tudo isto à revelia de qualquer despacho judicial ou de mero expediente, ao contrário do que costuma suceder nestes casos raros de constrangimento ao direito e dever de informar constitucionalmente consagrado.