A Secretária de Estado da Cultura, Isabel Botelho Leal, visitou, esta quarta-feira, o Theatro Circo de Braga, no seguimento de um ciclo de contactos com autarcas e responsáveis de cinco teatros municipais em Braga, Ílhavo, Albergaria-a-Velha, Porto e Guimarães.
Isabel Botelho Leal foi recebida pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e, de seguida, assistiu à peça “Desaparecidos”, pela Companhia de Teatro de Braga (CTB), numa adaptação livre da obra de Franz Kafka, encenada por Samuel Hof.
Na ocasião, Ricardo Rio destacou que a celebração do centenário é o momento ideal para demonstrar o ‘imenso potencial e o impacto que a casa de espetáculos teve ao longo de 100 anos e que, hoje em dia, continua a ter na região enquanto equipamento de grande dinâmica cultural’.
O edil falou ainda sobre a sustentabilidade futura do Theatro Circo e a proposta de alteração legislativa, que garante a preservação da empresa enquanto entidade autónoma, apresentada ao Ministro da Cultura, João Soares, e aos Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República.
“Face à recusa de visto do Tribunal de Contas, a solução mais imediata e efetiva passa por um regime de exceção dos equipamentos culturais, que salvaguardaria a situação de vários equipamentos no país que atuam nesta área e que têm a sua atividade ameaçada”, afirmou, garantindo que a recetividade de todos face à proposta foi muito positiva.
“Admito que a curto prazo esta seja uma situação ultrapassada e que, ainda este ano, possa ser possível reformular as condições de financiamento ao Theatro”.
Por outro lado, o autarca sublinhou que, após confirmada a sustentabilidade do Theatro, é essencial garantir outras condições de financiamento para o mesmo.
“É importante que a Secretária de Estado conheça a atividade aqui desenvolvida e a programação que o Theatro corporiza, assim como o trabalho da CTB, para, através de financiamentos públicos e comunitários, encontrar novas formas de potenciar cada vez mais o Theatro”, referiu, adiantando também que o município não se demite das suas responsabilidades nesta matéria.
“Através do financiamento via contrato-programa e dos serviços que adquirimos ao Theatro, temos vindo a investir mais de 1 milhão de euros por ano neste equipamento. Queremos que o investimento seja partilhado por todos os agentes e, nesse contexto, o Estado tem também de assumir a sua parte da responsabilidade”.
Já Isabel Botelho Leal salientou que o objetivo do contacto passou por conhecer melhor a estrutura de produção artística e contactar com a comunidade artística local.
“Vinha preparada para encontrar um local especial, mas o que vi ultrapassou as minhas expectativas. Esta é uma forma de conhecer os teatros e de, através do contacto direto com os responsáveis, ter consciência dos problemas com que estes equipamentos se debatem”, afirmou.