A PJ deteve quatro indivíduos – um empresário e os restantes seus empregados – suspeitos de raptarem um homem, no seu trabalho, em Esposende, e levá-lo para Vigo, em Espanha, onde o sujeitaram a sevícias, no início deste ano. Em causa estava um negócio de milhares de euros entre o empresário detido e o patrão da vítima. O rapto foi efetuado com o objetivo de “reaver o dinheiro ou os artigos que tinham sido vendidos e não pagos”.
Os quatro indivíduos estão “fortemente indiciados” pela prática dos crimes de rapto, ofensa à integridade física qualificada, extorsão na forma tentada, dano, condução perigosa de veiculo rodoviário e detenção de arma proibida.
Em comunicado, a PJ explica que, no dia 05 de Janeiro de 2022, pelas 15:00, em Esposende, os suspeitos abordaram o ofendido no seu local de trabalho e, com uso de ameaças, introduziram-no, contra a sua vontade, no interior de uma viatura, conduzindo-o para Vigo.
“Durante o percurso e já naquele país foi alvo de agressões e sevícias, tendo sido parcialmente desnudado e obrigado a andar descalço numa zona de floresta, sujeito às baixas temperaturas da época”, refere o comunicado.
Durante as mais de cinco horas em que esteve privado da liberdade, foram feitas diversas chamadas telefónicas para a família, amigos e um colega de trabalho, solicitando um resgaste.
Após comunicação de familiares à GNR, foi tentada a sua abordagem e detenção em Barcelos, junto a um posto de combustíveis, onde tinha sido combinado um encontro, mas os suspeitos conseguiram fugir aquando da tentativa de interceção.
A PJ explica que sujacente a estes crimes “está um alegado negócio, efetuado entre o patrão do ofendido e um dos suspeitos, envolvendo uma transação comercial de alguns milhares de euros, tendo este optado por realizar o rapto para tentar reaver o dinheiro ou os artigos que tinham sido vendidos e não pagos”.
Os detidos, com idades entre os 29 e os 45 anos, um deles empresário e os outros seus empregados, sem antecedentes criminais, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.