Declarações após o Gil Vicente – Farense (0-0), jogo da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio Cidade de Barcelos:
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Considero um ponto importante. Queríamos muito ganhar, mas encontrámos uma equipa muito agressiva e muito forte no duelo, o que dificultou a segunda parte. Na primeira parte, fizemos um bom jogo. Circulámos bem a bola e tivemos várias oportunidades de golo. Poderíamos ter chegado ao intervalo a vencer por um ou dois golos de diferença, mas não fizemos.
Na segunda parte, o jogo estava equilibrado e não foi tão bem jogado. As duas equipas caíram fisicamente. Os jogadores queriam [mais], mas faltava aquela intensidade e aquela confiança. Houve uma altura em que o jogo ficou perigoso para nós e para o Farense. Poderíamos ter feito o golo, mas o Farense também. Queríamos vencer, mas o resultado é justo.
Nos últimos jogos, tínhamos realizados boas exibições, com resultados enganadores, e queríamos quebrar a espiral de derrotas, que é importante na I Liga. Era importante somar pontos. Queríamos ganhar e marcar primeiro. O nosso plano era marcar primeiro e subir as nossas linhas, mantendo-os [Farense] longe da nossa área. Não foi possível. Na segunda parte, tínhamos de ser inteligentes. Vínhamos de um jogo em que perdemos.
O Pedro Marques [substituído aos 36 minutos por Samuel Lino] dá-nos um conjunto de coisas fantásticas. Tão depressa recebe a bola orientada, como pede a bola na profundidade. Interpreta muito bem a ideia de jogo coletiva. Depois da saída dele, perdemos alguma capacidade ofensiva, ainda para mais contra este adversário, muito agressivo no duelo. O Samuel Lino não é tão forte no duelo, apesar de ser um excelente jogador. Mas também é preciso ver que o Farense recuava quando perdia a bola, para nos tirar a profundidade”.
Jorge Costa (treinador do Farense): “Não me satisfaz [o resultado]. Não era um ponto que queríamos levar de Barcelos. Eram os três. Honestamente, o Gil Vicente aproximou-se algumas vezes da nossa baliza, mas nós também nos aproximámos da baliza [do Gil], se calhar até mais vezes e em melhores lances.
Entrámos muito apáticos na primeira parte. Não pressionámos e não circulámos a bola com qualidade e rapidez. Tivemos uma segunda parte bem mais pressionante e ambiciosa. É um resultado que se pode aceitar, mas a haver um vencedor seria a equipa do Farense.
Relativamente ao Mansilla [substituído aos 24 minutos], estava bem no jogo. O Madi que entrou para o seu lugar fez um bom jogo, mas teve algumas dificuldades de adaptação ao que eu pretendia dele. Sentimos a falta de Mansilla, mas o Madi Queta entrou bem.
Sobre o [Eduardo] Mancha, serão assuntos a tratar dentro do clube. Estava indisponível para este jogo. Não foi opção, apesar de estar fisicamente apto.
É um ponto. No final, vamos ver se este ponto teve ou não algum significado nas contas finais. Temos de pensar em nós, no que nos falta. Faltam 12 pontos. Vamos lutar até à exaustão por cada ponto. A nossa situação não é confortável, mas não estamos de todo condenados, até por aquilo que temos vindo a fazer de há alguns jogos para cá.
O Gil Vicente, mesmo vindo de duas derrotas, tinha criado uma grande série de oportunidades de golo e hoje não criou. Talvez não tenha sido por demérito do Gil, mas por mérito do Farense.
Um ponto é curto. Queríamos os três. Mas há males que vêm por bem e vamos ver se, no final, este ponto não será decisivo”.