A organização sem fins lucrativos Native Scientist, fundada por duas portuguesas em Londres e com sede também em Braga, foi premiada pela UNESCO com o Prémio de Literacia King Sejong, que reconhece iniciativas pedagógicas que valorizam a língua materna. Uma das fundadoras é Joana Moncoso, natural de Valença, cuja Câmara aprovou, hoje, por unanimidade, atribuir-lhe um voto de louvor, proposto pelo seu presidente, José Manuel Carpinteira.
Relativamente à distinção da UNESCO, a Joana Moscoso conta que “a notícia chegou via telefone” e condesa que ficou “arrepiada quando soube do prémio”. “É um orgulho receber este reconhecimento. Reflete o trabalho comprometido que todas as pessoas da Native Scientist fazem e o impacto que esse trabalho tem nas crianças e professores”, disse à agência Lusa a cofundadora e diretora da Native Scientist.
A Native Scientist foi fundada em 2013 no Reino Unido e começou por levar cientistas portugueses a escolas britânicas para promover a literacia científica e elevar as aspirações de crianças lusófonas através do elo comum da língua comum.
A organização, que também visa a redução das desigualdades sociais, foi alargada entretanto a mais idiomas e está em nove países europeus, incluindo Portugal, onde gere os programas “Cientista Regressa à Escola” e RAISE, este em parceria com a Fundação Champalimaud e o IMM – Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes.
Em comunicado, a Câmara de Valença salienta que o voto de louvor foi aprovado “pela importância da cidadã valenciana Joana Moscoso na fundação e na prossecução dos projetos da Native Scientist of United Kingdom; pelo relevante trajeto internacional que tem construído na Ciência e na Investigação, apesar da sua juventude e por levar o nome de Valença pelo mundo fora, fazendo questão de manter a ligação à sua terra e às suas raízes”.
Além da Native Scientist, foram reconhecidos o Programa Educação Multilíngue baseado na Língua Materna do Instituto Kalinga de Ciências Sociais, na Índia, e o Programa Aulas de Árabe Madrasa nos Emirados Árabes Unidos, indica a página da UNESCO.
A distinção, patrocinada pela Coreia do Sul, será entregue oficialmente durante uma conferência internacional nos dias 08 e 09 de setembro em Abidjan, na Costa do Marfim, organizada pela UNESCO para celebrar o Dia Internacional da Literacia, e inclui um valor monetário de 20.000 dólares (20.000 euros).