Declarações após o jogo Boavista-Moreirense (1-0), da 20.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio do Bessa, no Porto.
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– Vasco Seabra (treinador do Moreirense): “Ofensivamente, estávamos com pouco discernimento. A equipa não estava a conseguir ser tão afoita e vertical. Quando conseguimos sair da pressão, não estávamos a definir o último passe.
Há que apontar zero à atitude dos jogadores, que tiveram um compromisso grande. O resultado é injusto para nós. O jogo foi definido num lance difícil de ajuizar e num livre muito bem marcado. Carregámos na parte final, nem sempre com a melhor qualidade.
Regresso ao Bessa? Por uma razão ética e profissional, não me parece bem analisar o que quer que seja em comparação com o que fizemos anteriormente. Vi uma equipa que conheço bem, com intenções claras e que procurou ferir através da sua verticalidade.
Nós podemos cair, mas levantamo-nos. Vamos descansar e depois iremos voltar com forças redobradas para dar a nossa resposta normal. Infelizmente, este jogo não nos correu bem. Vínhamos de três vitórias fora de casa, mas faz parte do processo”.
– Jesualdo Ferreira (treinador do Boavista): “Fizemos um jogo de grande qualidade nos 35 minutos iniciais, mas, quando a parte emocional dos atletas começa a perceber que está em movimento um processo idêntico a muitos outros anteriores, isso causa mossa.
O Moreirense só teve duas ocasiões importantes, enquanto nós tivemos mais chances e o controlo claro do jogo nos primeiros 35 minutos. Na segunda parte, entrámos com uma estrutura tática mais aberta e, por isso, mais facilitadora para o adversário.
Quando fizemos o golo, voltou todo o filme atrás e perdemos um fio de controlo a nível ofensivo. É difícil jogar nessas alturas. O prazer que tenho é pelos jogadores, mas não por aquilo que fizemos na última meia hora. Há que ser honestos e não dourar a pílula.
Compreendo-os e também sei que eles me compreendem face à exigência necessária. Fica o registo de uma segunda vitória em casa e um estado mais saudável, pelo menos nos próximos dias, e em relação à animação que teremos para o jogo em Guimarães.
Todos os jogos serão finais para nós. Aquilo que vier a seguir, tem de ser melhor. Essa é a exigência que iremos pôr a nós próprios, independentemente do adversário e do campo em que jogarmos. É através dessa via que poderemos chegar onde queremos.
[Angel Gomes] Tem 20 anos, é um menino e não pode ter a carga de levar o Boavista sozinho. Já o vi a fazer muito melhores jogos do que este, mas o seu a seu dono. Treina a bola parada como todos os outros jogadores que têm capacidade para o fazer.
Muitas vezes não tem acontecido o golo, mas hoje aconteceu. As bolas paradas são esquemas táticos fundamentais no futebol atual. A nossa prestação defensiva tem sido muito alta, ao contrário do aspeto ofensivo, embora esse também seja mais difícil.
O Angel vai continuar o seu percurso, até porque tem um futuro muito bom à sua frente e é um jogador importante para o Boavista. Nos momentos em que, por força do coletivo da equipa, ganha maior protagonismo, é um jogador decisivo, tal como foi em alguns jogos”.