O pescado registado na zona do Minho, através do porto de Viana do Castelo, representou um total de 2,8 mil toneladas, produto maioritariamente constituído por sardinha (782 toneladas), polvo (546 toneladas), carapau (193 toneladas) e ouriços (173 toneladas), de acordo com os dados revelados esta semana no boletim de Pesca do anuário regional do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Para a economia nacional, a captura nominal de pescado na região pelas principais espécies, segundo o porto, rendeu 10,3 milhões de euros, destacando-se robalos (958 mil euros), ouriços (559 mil euros), enguias (498 mil euros) e lampreia (383 mil euros).
Média do peixe de rio é a mais cara do país e os moluscos os mais caros do Norte
Em termos de valor médio de pesca descarregada no porto de Viana do Castelo, cada unidade de peixe de rio foi vendida a 23,60 euros o quilo, um valor muito superior ao segundo porto que pratica o preço mais caro no país: Vila Real de Santo António (12,92€/kg). A explicação, descrita mais abaixo, reside na enguia-bebé do rio Minho.
No que diz respeito ao peixe marinho, a média andou nos 2,26€/kg, valor não muito diferente da venda de crustáceos (2,78€/kg) ou de espécies diversas (3,23€/kg). Os moluscos, por sua vez, são os mais caros do Norte, com venda a 6,68€/kg, por causa dos ouriços.
Há ‘ouro’ no rio
Mas, como bem sabem os americanos, o ouro está no rio, e as 41 toneladas de pescado apanhado em água salobra e doce registadas no porto de Viana totalizaram cerca de um milhão de euros (962.000,00), com especial destaque para as enguias: uma tonelada rendeu 498 mil euros. Para se perceber o feito, a nível nacional, foram comercializadas apenas cinco toneladas de enguias, movimentando 537 mil euros. Ou seja, uma tonelada em Viana em termos económicos, correspondeu a mais de 95% do total capturado em todo o país.
A diferença do preço está no meixão, a enguia-europeia bebé que é pescada no rio Minho, durante 15 dias, em ciclos de lua, entre novembro e fevereiro, e em alternância com os espanhóis. Tudo muito rígido, tornando a comercialização da espécie ainda mais valiosa.O produto é vendido em grande maioria para o mercado asiático, onde é uma iguaria de luxo. Aliás, o seu valor é tão elevado que, quase mensalmente, existem relatos de apreensões levadas a cabo pela Polícia Marítima e pela GNR, a envolver meixão no valor de dezenas de milhares de euros.
Sável e lampreia rendem meio milhão, robalo, sardinha e ouriço são reis e o polvo é quem mais ordena
Também retirados das águas doces do Minho, foram registados no porto de Viana 15 toneladas de Sável e 25 de lampreia, movimentando mais 461 mil euros para o ‘bolo’ de 10,3 milhões, isto em 2021. Em Viana, durante o ano de 2021, foram pescadas 117 toneladas de robalo, no valor de 958 mil euros, correspondendo ao peixe de mar que mais contribuiu para o ‘bolo’ económico dos pescadores da região minhota. Segue-se a sardinha, que apesar de ser vendida mais barata, rendeu 786 mil euros num total de 782 toneladas pescadas.
Destaque ainda para as 173 toneladas de ouriços marinhos, o equivalente a 559 mil euros. Outra iguaria pescada maioritariamente pelos pescadores registados no porto de Viana do Castelo é o polvo. Em 2021, foram apanhadas 546 toneladas correspondendo a 3,6 milhões de euros.
879 pescadores e 529 barcos registados em Viana do Castelo
No porto de Viana do Castelo estão registados 879 pescadores, 154 deles com menos de 34 anos. A grande maioria (452) tem entre 35 e 54 anos e o grupo etário mais avançado, acima dos 55, era composto, a 31 de dezembro de 2021, por 273 elementos. O número de pescadores divide-se entre rio e mar. No rio, ou as designadas “áreas interiores não marítimas”, pescam 375 elementos, com os restantes a preferirem as águas marítimas, sobretudo a pesca polivalente (424). 42 exercem pesca do cerca e 38 por arrasto. Ao nível das embarcações com motor, estão registadas 529 no porto de Viana. Sem motor são 50.