A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, indicou hoje que o partido vai ter candidaturas autárquicas nos municípios onde já tem “trabalho feito” e recusou apresentar candidatos “só para marcar presença”, defendendo “um processo responsável”.
“Aquilo que é o nosso compromisso é apresentarmos candidaturas, acima de tudo, em lugares onde já tenhamos trabalho feito, seja por via de termos eleitos nas assembleias municipais ou de freguesia, seja por via das concelhias”, afirmou Inês de Sousa Real.
Em entrevista à Lusa a poucos dias se assinalar um mês como líder do Pessoas-Animais-Natureza, a dirigente disse não fazer sentido o partido “apresentar candidaturas só por apresentar” em locais do país onde o partido não tem “uma maior implementação”.
“Tendo em conta aquilo que nos parece que tem de ser um processo responsável, à partida o número não será muito superior a estas que já apresentámos”, adiantou.
Nas últimas eleições autárquicas o PAN conseguiu representação em 22 concelhos (26 elementos em assembleias municipais e seis em assembleias de freguesia) e, em meados de junho, a porta-voz indicou que a Comissão Política Nacional já validou 42 candidaturas.
“Temos de facto aqui uma grande aposta” nas “concelhias onde o trabalho está a ser desenvolvido”, defendeu.
Inês Sousa Real, que já tinha indicado que a meta do partido é eleger vereadores pela primeira vez nas eleições autárquicas de 26 de setembro, indicou que a prioridade do partido “é que haja uma continuidade do trabalho que tem sido realizado, porque apresentar candidaturas só por apresentar não faz muito sentido”.
“Nós temos que aportar diferença ao processo autárquico, aos órgãos locais, e não apenas estar presentes só para marcar presença”, salientou ainda.
De acordo com a porta-voz, as candidaturas do PAN às eleições autárquicas serão na sua “grande maioria” autónomas, mas há também três coligações, nos municípios do Funchal (com PS, BE, MPT, PDR e Nós, Cidadãos!), Cascais (com PS e Livre) e Aveiro (com PS).
“À partida não teremos mais coligações, apesar de haver algumas propostas ainda em cima da mesa. É um processo que terá que ser analisado pela nossa Comissão Política Nacional e que em breve também estará concluído”, indicou.
E justificou esta decisão do seu partido “porque o PAN acredita que tem capacidade de, por si só, fazer a diferença nestes municípios”.
“Estas coligações são absolutamente excecionais e prendem-se de facto com uma dificuldade que até aqui tem sido sentida a nível local de fazer reverter políticas que têm estado em contraciclo com aquilo que é a vontade das populações”, referiu.
A porta-voz destacou ainda que o PAN é “a única força política que traz de facto uma agenda ambientalista, progressista, e que valoriza não só os direitos humanos, mas também os direitos das demais espécies que partilham connosco as cidades”, e salientou que acredita que o partido vai “fazer a diferença nessas autarquias”.