O antigo presidente do Gil Vicente António Fiúza congratulou-se hoje com o comunicado da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que exige a reintegração do clube de Barcelos na I liga portuguesa na próxima época.
“A FPF esteve muito bem ao fazer este comunicado para clarificar isto tudo. Já há dois anos que o Gil Vicente era para ter subido, mas manobras de bastidores e tráfico de influências de alguns clubes que nunca querem descer, fizeram com que fosse retirado esse ponto na ordem de trabalhos numa assembleia-geral da Liga”, disse à Lusa o antigo dirigente.
Em comunicado, a FPF disse não aceitar que “as expectativas criadas em todas as entidades e agentes desportivos, por via das alterações regulamentares e deliberações tomadas no seio da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), sejam frustradas neste momento, com impactos negativos em todas as competições seniores nacionais”.
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O órgão federativo garante que “os factos mais recentes vindos a público, quase três anos após a primeira decisão”, em nada alteram a sua posição e assegura que não terá “uma atitude passiva” na matéria.
“Lá porque alguns clubes construíram mal os seus plantéis, não tiveram competência para contratar jogadores de qualidade, quererem usar o Gil Vicente como boia de salvação, é próprio de gente que não tem caráter”, acusou Fiúza, presidente dos gilistas em 2006, quando a equipa foi despromovida à II Liga, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, avançado angolano, atualmente no Boavista.
O Gil Vicente viu a LPFP anunciar a sua reintegração na I Liga a 12 de dezembro de 2017, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, em 2016, que declarou nula a decisão de descida do Gil Vicente tomada pelo Conselho de Justiça da FPF, em agosto de 2006.
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“Conheço bem o futebol português, há muito compadrio e tráfico de influências, fico sempre com algumas dúvidas, mas depois deste comunicado da FPF, fico mais descansado”, assinalou.
António Fiúza defendeu ainda que a LPFP devia também ter participado neste comunicado e deixou duras críticas ao seu presidente.
“O senhor Pedro Proença é um jogador e como estamos em ano de eleições está a jogar em vários tabuleiros, mas tem que haver justiça, todos os tribunais deram razão ao Gil Vicente. Já prejudicaram de mais o ‘Gil’. Basta! Se for preciso arranjar 40 ou 50 autocarros para ir à Liga mostrar que estão enganados, eu arranjo, usarei todas as minhas forças para ajudar o Gil Vicente a regressar à I Liga”, disse.
Atualmente, o Gil Vicente disputa a Série A do Campeonato de Portugal – terceiro escalão -, sem que os seus jogos contem para a classificação, por determinação federativa.
Recentemente, vários clubes do principal escalão admitiram recorrer à justiça para impugnar o campeonato, alegando que a decisão judicial de 2016 não obriga à reintegração do clube de Barcelos.