Presidente da junta que exerceu durante 39 anos homenageado em Vieira do Minho

Foto: DR

A freguesia de Vilar Chão, Vieira do Minho, recebeu uma homenagem póstuma a Luís Gomes (1935-2021), que presidiu à junta de freguesia local durante 39 anos, de 1974 a 2013.

Esta homenagem promovida por um grupo de amigos foi um “momento simbólico de grande significado para todos quantos tiveram a sorte de conviver com esse grande democrata”.

“A sessão começou e terminou com um dos gostos do Luís: três dúzias de fogo de artificio. Pelo meio houve oportunidade para ouvir o testemunho da sobrinha-neta Ana Batoca, em representação da família, Hernâni Gouveia, Vânia Cruz, Filipe de Oliveira, Pedro Pires e José Marques Fernandes”, explica a comissão de homenagem.

Foi explicado o significado do memorial descerrado, da autoria do vieirense Kikadesigner, e foram lembrados “muitos dos momentos vividos com o amigo” Luís Gomes.

“Por força da mal fadada lei da Agregação de Freguesias e da entrada em vigor da lei de limitação de mandatos, em 2013 deixou de poder candidatar-se para novo mandato, mas não deixou de participar na vida e atividade autárquica, assumindo, com notável e reconhecida exemplaridade, o lugar de representante do seu partido na Assembleia da União de Freguesias de Anjos e Vilar Chão (2013-2021)”, lembra.

Na sequência do 25 de Abril, depois cumpridos dois anos como presidente indigitado da Comissão Administrativa (1974-1976) e depois de um mandato por Eleição em Plenário de Cidadãos Eleitores (1977-1979), exerceu um mandato como eleito na Lista da APU – Aliança Povo Unido (1979-1982), três mandatos como independente, em Lista DIV-Democratas Independentes de Vilar Chão (1982-1993) e cinco mandatos em Lista do Partido Socialista (1993-2013).

“A sua longa e variada vida e atividade política autárquica, a mais longa e variada de um autarca de Vieira do Minho, constitui, de facto, um caso de estudo, podendo ser retratado com um político sui generis, que fazia questão de dizer que tinha apenas a terceira classe, mas que sabia ler nas entrelinhas das narrativas e das movimentações que tecem a atividade política. Digamos que, não sendo um político erudito, era um político genuíno, que poderíamos qualificar com propriedade como um político castiço”, refere a comissão, em comunicado.

Tendo participado “ativamente” em cerca de duzentas sessões da Assembleia Municipal de Vieira do Minho, desde a inaugural, em 1976, até praticamente ao ano da morte, em 2021, é especialmente recordada uma intervenção que fez num momento quente de debate interpartidário e que permaneceu como uma espécie de mensagem ou de testamento político: “Meus amigos: em democracia não há inimigos, apenas adversários. Temos posições e visões diferentes, mas lutamos todos pelo mesmo fim: o bem comum dos vieirenses”.

Foi, aliás, esta a epígrafe escolhida para figurar no memorial que foi inaugurado, à porta da casa onde viveu, na tarde do dia 25 de Abril, que confessou ter sido o “dia mais feliz da sua vida”.

 
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