Declarações após o jogo Vitória Sport Clube-Paços de Ferreira (1-0), da sétima jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Ivo Vieira (treinador do Vitória): “O Paços esteve bem organizado, fechando-nos os espaços interiores e obrigando-nos a conduzir o jogo por fora. Teve sempre muita gente na área e na entrada da área para impedir que jogadores nossos aparecessem a rematar.
Não fizemos um jogo tão bom como alguns dos anteriores, mas queria dar uma palavra aos jogadores, porque, quando há um resultado destes, dá a impressão de que os jogadores não conseguiram resolver o jogo. Acaba por ser uma vitória merecida, da equipa que jogou melhor e mais quis ganhar, mas foi um jogo no qual tivemos muitas dificuldades.
Os nossos adeptos foram pacientes e apoiaram, mas vão perceber que, muitas vezes, os adversários vão ter este comportamento aqui [em Guimarães]. O Paços teve um grande mérito em anular os nossos momentos. A equipa trabalhou, esteve muito tempo no meio-campo adversário, mas o adversário, por mérito, anulou-nos muitas das possíveis situações de golo.
Não me refugio nos resultados positivos [para esconder os problemas no ataque]. Em alguns dos jogos que estão para trás, o Vitória criou muitas oportunidades e foi perdulário. Hoje, inteligentemente, o Paços baixou as linhas e tirou-nos espaço. Nestes jogos, quase é preciso um ‘pinheiro’, fortíssimo nos cabeceamentos, para marcar. O que mais se aproxima disso é o Bruno [Duarte]. Não temos avançados grandes e fortes no jogo aéreo, porque não se enquadram na nossa ideia de jogo. São jogadores mais de posse.
Colocámos o Rochinha e o Marcus Edwards [nas alas] para tirar mais cruzamentos para os pontas de lança. Não há dúvidas que o Vitória foi superior em todos os aspetos, mas se habitua as pessoas à criação de oportunidades de golo, surge algum desalento. Mas jogámos quase sempre no meio-campo do Paços”.
– Pepa (treinador do Paços de Ferreira): “Não nos queríamos agarrar ao ponto. Viemos aqui [Guimarães] para conseguir os três, mas, por mérito do Vitória, da qualidade do seu plantel e do trabalho do Ivo, não conseguimos ter critério e capacidade de decisão com bola.
Só quando saímos em ataque organizado é que conseguimos construir algo. As poucas oportunidades que tivemos foram claras, mas não conseguimos rematar à baliza. Conseguimos levar o Vitória para o jogo exterior, onde não se sente tão confortável.
Não me vou agarrar ao penálti [cometido por Bruno Santos sobre Rochinha]. Temos de ser mais lúcidos com bola e sem bola. Naquele momento, não decidimos bem e deitámos todo o esforço a perder. São protestos de quem está na flor da relva, mas temos de protestar connosco e não cometer este tipo de erros. Temos de olhar para dentro. Parabéns ao Vitória pelos três pontos e que, na quinta-feira, consiga, [frente ao Eintracht Frankfurt, para a Liga Europa], pontos para Portugal [no ‘ranking’ da UEFA].
Temos um jogo da Taça da Liga e um outro da Taça de Portugal antes, [mas a paragem do campeonato] é boa para eu conhecer melhor tudo e todos. Não há titulares nem suplentes. Vai ser importante entrarmos bem nas taças, porque o Paços tem tradição nas taças. É importante estarmos bem no jogo com o Marítimo em casa [para a Taça da Liga]”.