O número de casos discriminados por concelho publicado esta terça-feira no boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde (DGS) corresponde apenas aos casos confirmados a 100%, no que diz respeito à localidade de residência dos doentes.
Contactada por O MINHO, a assessoria de imprensa da DGS explica que não existiu nenhum “apagão” nos números, apenas uma tentativa de não induzir em erro, publicando apenas os casos confirmados a 100% por cada concelho.
“Só 54% dos casos registados é que estão confirmados de forma fidedigna no que diz respeito à localização exata a nível geográfico. Quando recebemos as informações das diferentes ARS nacionais, com o número de casos diários, algumas não têm a localização exata, e decidimos não incluir esses casos no relatório de hoje, que foi o primeiro a ter estes dados”, explicou Diana Mendes.
De acordo com a mesma fonte, a DGS encontra-se a “trabalhar no sentido de melhorar a eficácia deste sistema”, em articulação com os clínicos das diferentes ARS, incluindo a do Norte, que detém os casos dos distritos de Braga e Viana do Castelo.
“Quando recebemos a informação inicial, é apenas a de que está confirmada a infeção e a que ARS pertence, havendo ainda vários pontos onde não é indicado o ACES de residência”, acrescenta.
Desta forma, a DGS assegura que o número de casos totais registados por ARS, e todos os outros dados disponibilizados por região estão 100% correctos. Apenas a localização por concelho ainda não está afinada.
A responsável explica que os números que têm sido avançados pela imprensa regional, maioritariamente a citar autarcas e fontes hospitalares, é uma informação não oficial, “não querendo dizer que não esteja correta”.
“O programa que utilizamos é relativamente novo e ainda é preciso trabalhar para o melhorar, mas estamos certos que ao longo dos próximos dias vamos conseguir aproximar-nos cada vez mais do número real de casos em cada concelho”, vinca.
Recorde-se que esta terça-feira, foi avançado pela DGS um número bastante inferior aos casos já anunciados nos distritos espalhados por todo o país, o que motivou alguma desconfiança por parte dos cidadãos.
Em Portugal, há 33 mortes, mais sete do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista mais 302 casos do que na segunda-feira.
Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.