Museu ao ar livre abre em Arcos de Valdevez para contar história do rio Vez

Investimento de 350 mil euros

O Museu da Água ao ar livre, em Arcos de Valdevez, vai abrir ao público no sábado num investimento de 350 mil euros para contar a história do rio Vez, anunciou hoje o presidente da Câmara local.

Em declarações à agência Lusa, o autarca João Manuel Esteves (PSD) adiantou que a criação do Museu da Água ao ar livre implicou “um conjunto de intervenções, ao longo do rio Vez, que permitem a interpretação das suas diferentes valências”.

João Manuel Esteves destacou os 20 quilómetros da ecovia construída nas margens daquele curso de água que são o “elo de ligação entre todos os pontos de interesse”, permitindo facilidade no acesso à visitação.

João Esteves (à esquerda). Foto: DR

“Penso que será dos poucos museus ao ar livre dedicado a um rio”, disse.

A primeira fase do museu da água ao ar livre centra-se no troço do rio Vez, situado entre a sede do concelho e a freguesia de Vilela, e que pretende promover o património ambiental (flora e fauna), arquitetónico e etnográfico associado ao Rio Vez e seus afluentes.

O projeto, que abre portas, no sábado, pelas 10:00, representou um investimento de cerca de 350 mil euros, financiado pelo programa operacional Norte 2020.

Além da sinalização do património construído nas margens, o museu inclui, ao longo do trajeto, painéis informativos sobre a fauna, flora e ecologia do ecossistema ribeirinho, bem como do seu património construído e da sua história.

Dos 13 açudes existentes no rio Vez, nove foram intervencionados ao abrigo projeto museológico, “recuperando uma das suas funcionalidades, ou seja, diminuir a energia da corrente do rio, minimizando deste modo o poder erosivo sobre as suas margens”.

“Em alguns deles o espelho de água serve para a instalação de pequenas zonas de lazer que permitirão o usufruto da beleza paisagística deste rio”, sustentou.

Observatórios de fauna “para conhecer ?in loco’ a fauna que habita neste ecossistema ribeirinho, um deles, instalado a oito metros de altura, em Santar, permite fotografar as espécies que por ali passam”.

O projeto museológico inclui ainda o Fluvivez, centro de acolhimento e informação, é a porta de entrada do Museu da Água ao ar livre.

Dotado de um equipamento multimédia, o Fluvivez tem como missão “dar a conhecer aos visitantes a história do rio e desafia-los a conhecer, no terreno, o seu património”. O museu completa-se com dois postos, em Sabadim e Santar, para apoiar atividades de educação ambiental.

Com a criação do museu, o município pretende “potenciar o aumento do número de visitantes, dinamizando a hotelaria, a restauração, as empresas de prestação de serviços ligadas ao ambiente e ao comércio”.

Numa segunda fase, o projeto incidirá no troço do rio entre a freguesia de Vilela e a aldeia de Sistelo, com um montante de investimento idêntico ao da primeira fase.

“Estamos a aguardar a abertura de uma linha de financiamento para concretizar essa segunda fase, que completará o museu da água ao ar livre. O investimento deverá rondar os 300 mil euros”, referiu João Manuel Esteves.

A aldeia de Sistelo, reconhecida pelo Estado Português como Paisagem Cultural, está encaixada no fundo de um vale, situado às portas do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), e integra a Rede Natura.

Para João Manuel Esteves, o museu de água ao ar livre vai “reforçar, renovar e ampliar o papel de Arcos de Valdevez como porta da mais importante reserva da biosfera existente no noroeste peninsular – o Parque Nacional Peneda-Gerês /Parque Transfronteiriço Gerês/Xurés”, sustentou o autarca.

Com a criação daquele museu, aquele concelho do Alto Minho “pretende preservar o mais possível as condições naturais do território e as marcas da atividade humana que, durante séculos, soube, de uma forma equilibrada, tirar partido da água e dos ecossistemas que lhe estão associados, transformando este vasto património em pilar do desenvolvimento socioeconómico do concelho”.

 
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