O ex-dirigente socialista e antigo ministro Jorge Coelho morreu hoje, disse à agência Lusa fonte do PS, vítima de paragem cardíaca fulminante.
Jorge Coelho foi ministro de três pastas nos governos de António Guterres: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da Presidência e do Equipamento Social.
A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas outubro de 1995.
Várias fontes de informação estão a avançar que Jorge Coelho terá sofrido um AVC enquanto conduzia, em Coimbra, acabando por se despistar.
Marcelo em choque recorda “espírito combativo” que influenciou a vida do país
O Presidente da República manifestou hoje choque pela notícia da morte do antigo ministro e ex-dirigente socialista Jorge Coelho e recordou o seu “espírito combativo” considerando que, sem nunca exercer a liderança, influenciou a vida do país.
“Eu não posso esconder o choque do conhecimento desta morte inesperada”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em direto para a SIC-Notícias.
O chefe de Estado referiu que Jorge Coelho “esteve presente na vida pública portuguesa durante três décadas, em várias qualidades: como governante, como parlamentar, como conselheiro de Estado, como dirigente partidário, como analista político e depois, numa fase mais recente, como gestor empresarial”.
O Presidente da República descreveu-o como uma pessoa com “um estilo muito próprio, feito de intuição, de compreensão rápida e antecipação às vezes daquilo que eram as correntes da opinião pública, de perspicácia analítica, de espírito combativo, às vezes polémico, mas também de grande afabilidade, e de abertura de todos os quadrantes e a todo o tipo de realidade que emergia na sociedade portuguesa”.
“E teve uma influência muito grande em momentos importantes da vida nacional. Não tendo exercido a liderança partidária, a que sempre fugiu, no entanto, esteve tão próximo dos centros de poderes que de alguma maneira influenciou a vida do país”, considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou Jorge Coelho “como amigo” e também “enquanto Presidente da República, pelo papel que teve na vida política e económica nacional”.
Após prestar estas declarações, o Presidente da República fez divulgar uma nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet em que lamenta “o dramático falecimento de Jorge Coelho”.
“Deixou na memória dos portugueses o gesto singular de assumir, em plenitude, a responsabilidade pela tragédia de Entre-os-Rios e a capacidade rara de antecipar o sentir do cidadão comum”, lê-se na nota.
Admirável servidor da causa pública e um amigo muito querido
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou-se “chocadíssimo” com a notícia da morte do antigo dirigente socialista, seu “amigo muito querido”, considerando que foi um “admirável servidor da causa pública.
Jorge Coelho, ministro dos governos liderados por António Guterres entre 1995 e 2002, faleceu hoje, segundo fonte do PS, vítima de paragem cardíaca fulminante.
Numa declaração enviada à agência Lusa, António Guterres, secretário-geral do PS entre 1992 e 2002, afirma que Jorge Coelho “foi um admirável servidor da causa pública, um político de extraordinária inteligência e dedicação”.
“Mas, acima de tudo, Jorge Coelho um amigo muito querido que me acompanhou em momentos decisivos da minha vida e face ao qual tenho uma enorme dívida de gratidão”, frisa o secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres refere depois ter ficado chocadíssimo com a notícia da morte do seu antigo ministro.
Uma morte que António Guterres considera que, para si, era “impensável, pois a sua alegria, o seu entusiasmo e a sua força interior eram uma verdadeira personificação da vida”.