Declarações após o jogo Portimonense-Vitória SC (2-1), da terceira jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, no Estádio Municipal de Portimão:
– Moreno (treinador do Vitória SC): “Fizemos uma primeira parte muito boa. O Portimonense teve um lance de perigo e nós tivemos várias oportunidades, mas não conseguimos finalizar.
Na segunda parte, voltámos a entrar bem, fizemos o mais difícil, que era ficar em vantagem, mas a equipa não soube estar em campo com essa vantagem. O jogo partiu-se muito e não era isso que queríamos. Nunca conseguimos juntar linhas, nunca conseguimos ter bola. O Portimonense com um jogo muito direto e a nossa equipa muito partida, nunca nos conseguimos ajustar.
Depois do empate, a equipa volta a organizar-se, volta a estar ‘por cima’ e volta a ter oportunidades, mas não conseguimos novamente finalizar. E o Portimonense, numa jogada bem elaborada, consegue fazer o 2-1.
A partir daí, acabou o jogo, não sei quantos minutos ainda se jogaram, ainda conseguimos ter uma boa oportunidade pelo André Amaro, mas o jogo foi muito isto.
Não me parece minimamente justo o resultado, mas falar de justiça aqui é quem marca mais golos, e a verdade é que o Portimonense fez dois e nós só um.
É muito melhor preparar a semana sobre vitórias, mas não vamos perder o equilíbrio. Não é a a derrota que vai fazer com que a gente abane, porque houve muita coisa boa. Para ter pontos é preciso ter mais eficácia ofensiva e sermos mais rigorosos no momento defensivo. Não conseguimos levar os três pontos, nem um ponto, e também sinto alguma falta de experiência de toda a gente, do grupo e da equipa técnica. Que sirva de aprendizagem para jogos futuros.
Os nossos adeptos vão ser muito importantes nestes momentos. Somos um grupo muito jovem. É bom ter o seu apoio nas vitórias, mas neste momento de desconforto, pedimos compreensão e que entendam que isto pode acontecer. Agradecer, em nome do grupo de trabalho, o apoio que nos deram”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Uma primeira parte muito mal conseguida. Não estávamos a trabalhar bem os corredores, nem em termos de pressão. O Welinton gosta de jogar mais por dentro, eu preciso que ele jogue por fora. O Seck também fora de posição. O ‘4-3-3’ não estava a funcionar, com mérito do Vitória. Mudei para rodarmos atrás a cinco aos 20 minutos, mas houve muitas dúvidas e hesitações, o que não nos permitia estar ‘por cima’ do jogo. Claramente, não tenho pejo em reconhecer que o Vitória esteve ‘por cima’ no primeiro tempo.
Ao intervalo, mudámos o figurino do jogo. Assumi a minha responsabilidade perante o grupo, que as coisas não estavam a correr bem, e disse-lhes para esquecerem a primeira parte e que tínhamos de ser iguais a nós próprios no segundo tempo, colocando as referências onde estamos mais habituados a tê-las.
Apesar de sermos identificados muitas vezes como uma equipa muito física, que joga longo, o que fez a diferença foi o jogo entrelinhas do Luquinha e do Welinton Júnior, saber encontrar onde receber a bola e onde criar complicações com desmultiplicações dos laterais.
O jogo esteve sempre vivo. Concedemos aquele golo ao Vitória, mas a equipa não abanou, acreditou que era capaz. Foi um jogo fantástico no segundo tempo, em que conseguimos por dentro, por fora, decidir bem as melhores opções de passe e ter gente à procura da bola nos sítios certos.
Contudo, uma réplica fantástica do Vitória e uma defesa fabulosa do Samuel a garantir a vitória ao ‘cair do pano’.
Fizemos uma grande partida, com mérito tremendo dos jogadores e tiro-lhes o chapéu pelo trabalho e pela humildade com que conseguiram bater este Vitória.
Desejo a maior sorte do mundo ao Moreno, um novo treinador que tive um orgulho enorme de treinar. Estou na bancada a torcer por ele, é um homem de grande carácter, pode ser a ‘cereja no topo do bolo’ ter à frente do Vitória um homem tão ‘vitoriano’ quanto ele”.