A Câmara de Melgaço anunciou hoje um investimento de mais de um milhão de euros na reabilitação da igreja e convento da freguesia de Paderne, a partir do segundo semestre e com um prazo de execução de 19 meses.
Em declarações à agência Lusa, à margem da apresentação pública do projeto, o presidente daquela autarquia do distrito de Viana do Castelo, adiantou que a recuperação da igreja e convento do Divino Salvador de Paderne “resulta de uma candidatura ao programa Norte 2020, submetida pela autarquia, e agora aprovada”.
“O investimento total ronda os 1.053.390,50 euros, sendo que os fundos comunitários garantem 500 mil euros. Já o financiamento público nacional, assegurado em um protocolo com Estado, através da Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) é de 553.390,50 euros”, especificou o autarca socialista.
O objetivo da intervenção hoje apresentada “é colocar o monumento ao serviço da estratégia regional de atracão de visitantes. A igreja apresenta sinais alarmantes de conservação, tanto do edificado como do seu recheio artístico, que obrigam a intervenções urgentes”.
De acordo com Manoel Batista, “o Relatório de Inspeção e Diagnóstico refere que a igreja de São Salvador apresenta sinais alarmantes de conservação, tanto do edificado como do seu recheio artístico, diversas patologias identificadas nos elementos constituintes da igreja e identificadas anomalias severas nas coberturas, nas paredes que apresentam graves problemas devido à má ventilação e ao obsoleto sistema de drenagem que não impede a água de entrar no interior da Igreja”.
O “conjunto arquitetónico composto pela igreja e convento do Divino Salvador de Paderne é classificado MN – Monumento Nacional, pelo decreto-lei de DL 16.06.1910, DG 136 de 1910, que classificou alguns Trechos da Igreja e posteriormente em 1977 pelo Decreto Nº129/77, DR 226 de 1977 com a classificação do conjunto monacal, como IIP Imóvel de Interesse Público”.
“Devolver a dignidade material a este Monumento Nacional, que apresenta graves condições de conservação, com risco de perda de património, proporcionar adequadas condições de conservação, valorização e visitação a este Monumento, e potenciar a igreja como um recurso ativo para o desenvolvimento da Região Norte no âmbito do Turismo Cultural e Religioso, são os principais objetivos que tiveram por base esta candidatura”, explicou o autarca.
O processo de reabilitação “permitirá situar este bem como detendo um potencial elevado de atração da procura cultural, podendo ainda beneficiar da Rota dos Mosteiros, no âmbito do projeto Alto Minho 4D-Viagem no Tempo.
Aquele projeto “consiste na criação de redes e rotas culturais baseadas na história e nos bens patrimoniais do Alto Minho, que salientem a autenticidade, a originalidade e, como tal, a identidade deste território, de modo a maximizar a sua diferenciação turística num contexto cada vez mais globalizado e de acentuada competitividade”.
O município concluiu ainda um investimento de 132.290 euros na conservação e valorização da Igreja das Carvalhiças.
A obra, comparticipada em 85% pelo PDR 2020, Programa de Desenvolvimento Rural, incluiu intervenções nos pavimentos, tetos, pinturas, fornecimento e aplicação de equipamentos de iluminação, entre outros.
A intervenção “foi pautada pelo rigoroso cumprimento dos princípios da intervenção em património cultural, não alterando a arquitetura ou funcionalidade do espaço, mas antes mantendo e valorizando as características que lhe conferem valor”.