O livro “Os Zés Pereiras: uma cultura musical do Entre-Douro-e-Minho” será apresentado, no sábado, em Guimarães. A apresentação decorre a partir das 17:00, na Sociedade Martins Sarmento (SMS).
A obra conta audiovisuais de Abel Andrade e foi desenvolvido sob direção artística de Nuno Dias, Tiago Manuel Soares e Napoleão Ribeiro. Ao longo das 240 páginas e do DVD, é possível encontrar conteúdos construído com base nos testemunhos de músicos de dezena e meia de grupos de zés pereiras, vários festeiros e diversos construtores de tambores e de gaitas-de-fole.
“Com esses depoimentos, os autores puderam compreender as funções dos inúmeros grupos de tamborileiros nos rituais religiosos, profanos e noutras cerimónias dos territórios do noroeste português”, refere a SMS em comunicado.
A entidade de Guimarães dá conta ainda que “muito do trabalho de campo passou por informadores de territórios vimaranenses, fundamentais para o conhecimento produzido”.
“Aliás, a iconografia mais antiga do fenómeno é de Guimarães assim como, por exemplo, muitas anotações históricas explanadas, nas ‘Curiosidades de Guimarães’, por Alberto Vieira Braga na ‘Revista de Guimarães’. Além disso, foram registados toques únicos em São Martinho de Candoso, que possuem muitas relações com os toques das Novenas das Festas Nicolinas e que, por serem da periferia, correm risco de desaparecimento”, nota.
Dessa investigação resultou um trabalho que contém cinquenta e sete toques em partitura e vídeo, assim como menções a numerosas fontes orais, documentais e iconográficas, recolhidas ao longo de vários anos.
Isto torna a publicação uma referência para o estudo da história desta prática musical, popularizada desde o final da Guerra Civil de 1830-1834 e que, em meados de oitocentos, já era designada como “zés pereiras” em Portugal e no Brasil.
O trabalho, editado pela Tradisom, inclui textos do antropólogo Napoleão Ribeiro, partituras do percussionista Tiago Manuel Soares, assim como vídeos, fotografias e som do videógrafo Abel Andrade.