A defesa dos dois homens que vão ser julgados no Tribunal de Braga por envolvimento numa cena de pancadaria, que resultou na cegueira do olho direito de uma vítima, pediu ao juiz que ordene a realização de uma perícia de avaliação do dano corporal.
O requerimento, subscrito pelo advogado João Ferreira Araújo, alega que “o relatório de avaliação de dano corporal que está junto aos autos não é suficientemente esclarecedor, dadas as deficiências verificadas no que tange ao histórico clínico do ofendido, devendo tal circunstância ser corrigida com a realização de um novo relatório”.
O pedido foi aceite pelo Tribunal, o que motivou o adiamento da primeira audiência.
O jurista diz, ainda, no documento que, “analisando os documentos clínicos ora juntos pelo Hospital de Braga, verifica-se que o ofendido João Silva sofre desde a infância de miopia aguda e astigmatismo regular, patologias estas que não foram referidas pelo ofendido ao perito aquando da realização do relatório de avaliação de dano corporal”.
Conforme O MINHO noticiou, um grupo de quatro homens pegaram-se à pancada em 2017, às 06:00, numa rua do centro de Braga. Em resultado disso, um dos envolvidos, ficou cego do olho direito.
O Ministério Público local acusou dois jovens, de 25 e 27 anos, dos crimes de ofensas à integridade física simples, na pessoa do ofendido Mário Sá e de um crime de ofensas à integridade física grave.
A acusação concluiu que, “no dia 01 de outubro, na na Rua Alferes Alfredo Ferreira , por motivos não apurados, o ofendido Mário desferiu um murro na cara do arguido Pedro. O mesmo fez o ofendido João, que deu um murro no João.
Estes dois arguidos chamaram outros cinco jovens – cuja identidade não foi apurada -, os quais desferiram socos e pontapés por todo o corpo do João e Mário, só tendo parado e abandonado o local quando eles caíram no chão.
Como consequência das agressões, João sofreu opacificação da córnea do olho, ficando sem qualquer visão, apesar de ter sido operado no dia 13, com indicação de transplante da córnea, encontrando-se ainda sem alta médica, à espera de outra cirurgia.
Já o Mário ficou com uma cicatriz na pele do lábio inferior, à direita, com 0,5 cm de comprimento, e foi afetado nos dedos do braço esquerdo.
As duas vítimas querem ser indemnizadas: João pede – através do advogado Licínio Ramalho – 113 mil euros, por danos patrimoniais e morais, enquanto que o Mário exige seis mil.