Freguesia de Barcelos capturou 637 vespas asiáticas. Pesavam 750 gramas

As armadilhas instaladas nas freguesias de Aguiar e Quintiães, em Barcelos, capturaram 637 vespas asiáticas (Vespa velutina), anunciou o presidente da Junta, António Pereira, conhecido por não dar descanso à praga invasora.

Desta vez, o autarca até pesou a captura, apontando para “uns 3/4 de quilo”, ou seja, cerca de 750 gramas da vespa que ataca árvores de fruto, abelhas e até humanos, podendo levar à morte.

Explica António Pereira que estes insetos foram capturados apenas em “meia ronda”, havendo ainda mais para resgatar das armadilhas que são colocadas logo no final do inverno, início da primavera.

Só numa delas, diz o autarca, estavam cerca de 70 vespas. “Não estamos a pensar em vender a peso mas…”, brincou António Pereira.

Como é que elas chegaram?

O engenheiro Miguel Maia foi o pioneiro na deteção da vespa asiática em Portugal. Em 2010, trabalhava na associação de apicultores do Alto Minho (APIMIL) quando um apicultor, Nuno Amaro, encontrou uma vespa que não soube identificar.

“Mostrou-me e eu suspeitei que seria uma velutina, porque já tinha visto em França. Tirámos fotografias com o telemóvel e enviámos por e-mail para uma associação do País Basco e para o Museu de História Natural de Paris. Todos identificaram como sendo uma ‘asiática’”, salientou, em entrevista a O MINHO publicada em janeiro deste ano.

“Isto foi em 2010, perto do final do ano, se não me engano, e a partir daí fomos falar com os bombeiros, nomeadamente com o comandante António Cruz, que se mostrou disponível. e encontrámos logo alguns ‘ninhos’ na antiga Soporcel”, recordou.

O engenheiro avança que a teoria mais aceite é a de que a vespa invasora terá chegado num transporte de madeira a Viana do Castelo, proveniente de França, num contentor de madeira.

“Um bebé que nos veio parar aos braços”

“Isto foi um bebé que nos veio parar aos braços. Houve uma tempestade na zona da Aquitaine onde foram destruídas muitas árvores, e o Governo francês, para limpar a zona, decidiu, isto segundo o ICNF, contratar empresas que trabalham com madeira para lá irem limpar, vendendo-a a ‘preço da chuva’”.

Refere-se à situação catastrófica provocada pela tempestade Xynthia, que em fevereiro de 2010 varreu a costa atlântica de França, provocando 52 mortos.

E o meio dos troncos veio uma vespa fecundada que se encontrava em hibernação e criou o primeiro ninho em Portugal. “Na altura houve relatos de pessoas que já tinham visto desta espécie no ano anterior, pelo que, se calhar, já poderia ter chegado antes, mas nada foi provado”, concluiu.

 
Total
0
Partilhas
Artigo Anterior

Pai e filhas voltam a subir a Falperra (cada um no seu carro)

Próximo Artigo

Nestas duas praias do Minho não entrou um 'pingo' de poluição nos últimos 3 anos

Artigos Relacionados
x