José Ribeiro, ex-presidente da câmara de Fafe, venceu este sábado as eleições da concelhia do Partido Socialista de Fafe, com 394 votos, contra os 174 votos do seu opositor, o atual vice-presidente da câmara, Pompeu Martins.
Antes das eleições da estrutura, Raul Cunha, atual chefe da autarquia, que é um independente eleito em 2013 nas listas do PS, declarou publicamente o seu apoio à lista liderada pelo seu vice-presidente e avisou que só equacionará uma recandidatura à Câmara em 2017 se Pompeu Martins fosse eleito, no sábado, para a presidência da concelhia socialista de Fafe.
Aquela posição pública do presidente da câmara foi criticada, esta quinta-feira, por o presidente recém-eleito, José Ribeiro, que liderou os destinos da autarquia de Fafe até 2013.
O ex-autarca condena a “intromissão indevida e escusada do presidente da Câmara nesta disputa”, frisando que Raul Cunha “é convidado do PS e não é militante”.
“Interessa-lhe o PS, mas não lhe diz respeito”, insistiu Ribeiro, criticando o seu adversário nestas eleições, Pompeu Martins, por se ter “escudado” na imagem do presidente da Câmara.
Questionado sobre se, em caso de vitória da sua lista no sábado, ainda será possível o seu apoio ao independente Raul Cunha para uma recandidatura à Câmara, Ribeiro respondeu: “É muito complicado agora isso porque ele fechou todas as portas”.
Ao invés, Pompeu disse defender a recandidatura de Raul Cunha, por se identificar com o projeto autárquico em curso neste mandato, que diz ser reconhecido no concelho.
“O doutor Raul Cunha já tornou claro que só se recandidatará se esta corrente política for suportada e apoiada inequivocamente pelos socialistas. Se não for, significará que os socialistas querem outro projeto político, que não este, e nós teremos de respeitar”, afirmou.
Para o atual vice-presidente da Câmara, função que acumula com a presidência da comissão administrativa do PS de Fafe, “é sensato que o Partido Socialista mantenha este presidente de Câmara e que mantenha este projeto político”.
Caso contrário, previu, “o PS voltará a uma crise enorme, como teve em 2013, que quase custava uma derrota eleitoral”.
Do lado de José Ribeiro, estranha-se também a posição assumida por Raul Cunha nesta eleição partidária, uma vez que, segundo o antigo presidente da Câmara, o atual autarca era também, no início deste processo eleitoral, a sua escolha para uma recandidatura em 2017.
“Não contava que isso acontecesse, pela relação que temos, por aquilo que eu signifiquei na eleição do Dr. Raul”, afirmou.
Ribeiro afirmou que nesta sua candidatura ao PS não tem ambições pessoais, insistindo não ter interesse em ser candidato à Câmara, uma página que disse já ter virado, mas apenas pretender dar o seu contributo e peso político para que o PS local recupere da “letargia” e do “declínio” em que se encontra.
“O PS está numa letargia perigosíssima que nos pode levar a perder a hegemonia”, considerou, recordando os maus resultados do partido em Fafe, um concelho tradicionalmente socialista, nas últimas legislativas.
E acrescentou: “Não me conformo com um PS que possa perder a câmara municipal e não me conformo com a estratégia de me afastarem de tudo o que é levado a cabo pelo presidente da Federação de Braga, Joaquim Barreto, pelo presidente da Câmara e pelo doutor Pompeu”.
Pompeu Martins afirma, por seu turno, ter dificuldade em perceber a candidatura de José Ribeiro, explicando: “sempre esteve connosco aqui em Fafe, onde houve sempre uma consonância de opiniões e trabalho conjunto”.
Sobre o momento atual do partido, comentou: “Acho que as pessoas estão a perceber que têm hoje um PS forte, que está na rua com grande credibilidade e que não podem entrar em aventuras, não apoiando este projeto político”.
Ambos os candidatos destacam, por outro lado, a inscrição de centenas de militantes nas últimas semanas para poderem votar, ao mesmo tempo que assinalaram estar confiantes na vitória.
Fique a par das Notícias de Fafe. Siga O MINHO no Facebook. Clique aqui