Faz hoje um ano que começou a guerra na Ucrânia

Rússia lançou ofensiva a 24 de fevereiro

Hoje faz precisamente um ano que começava a guerra na Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Zelensky diz que foi “um ano de dor, tristeza, fé e união”

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou hoje um ano da invasão da Rússia com uma mensagem aos ucranianos na qual descreveu os últimos 12 meses como “um ano de dor, tristeza, fé e união”.

“Em 24 de fevereiro, milhões de nós fizeram uma escolha. Não uma bandeira branca, mas uma bandeira azul e amarela [da Ucrânia]. Não para fugir, mas para enfrentar. Confrontar o inimigo. Resistir e lutar”, acrescentou.

O líder ucraniano sublinhou que “foi um ano de dor, tristeza, fé e união.

“E este é um ano da nossa invencibilidade, sabemos que este será o ano da nossa vitória”, salientou Zelenski numa mensagem de vídeo publicada na plataforma de mensagens Telegram.

Numa outra mensagem publicada também hoje no seu ‘site’, o governante afirmou ter-se encontrado com altos responsáveis do exército para abordar a produção de armas no país.

“Abordámos a questão da produção e fornecimento de munições e armas. É claro que não posso revelar publicamente os pormenores desta questão. Mas este é um trabalho significativo. E congratulo-me por ouvir na reunião do alto comando militar que mesmo nestas condições temos o potencial apropriado”, destacou.

António Costa assinala “guerra bárbara e cruel” e enaltece coragem ucraniana

O primeiro-ministro assinalou hoje a passagem de um ano sobre o conflito na Ucrânia, considerando que a Rússia desencadeou “uma guerra bárbara e cruel”, e enalteceu a coragem e determinação do povo ucraniano.

Num vídeo publicado na rede social Twitter, António Costa assinala a invasão da Ucrânia, há um ano, dizendo que a Rússia tem conduzido “uma guerra bárbara, cruel”, sublinhando: “Faz também um ano que o povo ucraniano se levantou e, com uma coragem extraordinária e um exemplo de determinação e patriotismo, se tem batido pela liberdade da sua pátria e pela defesa do direito internacional”.

No vídeo, António Costa acrescenta ainda: “Todos temos de estar juntos e continuar juntos no apoio à Ucrânia”.

A publicação surge horas depois de o primeiro-ministro ter divulgado, ao final da tarde de quinta-feira, igualmente no Twitter, uma mensagem em que considera que, um ano após o início da guerra na Ucrânia, a Europa está “mais unida do que nunca” no apoio a Kiev e continuará a defender uma paz que garanta a integridade territorial do país.

“Um ano depois da invasão russa, a Europa está mais unida que nunca no apoio militar, político, financeiro e humanitário ao povo ucraniano”, lê-se na mensagem, em que o primeiro-ministro juntou uma declaração dos membros do Conselho Europeu relativa à guerra na Ucrânia.

Segundo o chefe do executivo, a Europa “assim continuará, em conjunto com os seus parceiros internacionais, na defesa do direito internacional e de um caminho para uma paz que garanta a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”.

Marcelo manifesta “apoio inquebrantável” de Portugal à Ucrânia

O Presidente da República manifestou hoje o “apoio inquebrantável” de Portugal à Ucrânia e reiterou a convicção de que a liberdade e a paz irão triunfar sobre “esse ato intolerável” cometido pela Rússia.

“Um ano depois do início da guerra na Ucrânia, mantemos o apoio inquebrantável à sua legítima defesa, aos seus refugiados, à sua reconstrução, à sua vocação europeia”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa numa nota colocada no portal da Presidência da República na Internet intitulado “No Regresso da Guerra à Europa”.

Começou a guerra: Rússia bombardeia Ucrânia

O chefe de Estado coloca-se ao lado da Ucrânia “no caminho da integração europeia” e realça a firmeza de Portugal “na unidade das decisões na União Europeia e na NATO”.

“Cremos, sem hesitações, que a Democracia, a Liberdade e a Paz prevalecerão na Europa. Viva o Povo Ucraniano”, salienta o Presidente português, quando faz um ano que a Rússia “invadiu ilegal e ilegitimamente a Ucrânia, iniciando uma guerra na Europa, em violação dos princípios basilares do Direito Internacional, da Carta das Nações Unidas e dos acordos assinados após a dissolução da União Soviética”.

Marcelo lembra que “Portugal condenou desde a primeira hora esse ato intolerável, apoiando inequivocamente a legítima defesa da Ucrânia, que lhe assiste à luz do Direito Internacional e correspondendo à entreajuda europeia e transatlântica que prontamente solicitou”.

“A posição de Portugal não se alterou um milímetro ao longo deste ano e assim continuará até a Ucrânia garantir as condições de segurança que entenda estarem cumpridas para se iniciar um roteiro político com vista a uma paz duradoura”, sublinha.

O Presidente da República recorre ainda aos ensinamentos de Aristides Sousa Mendes, antigo cônsul de Portugal em Bordéus que atribuiu milhares de vistos de entrada em Portugal a refugiados de várias nacionalidades que fugiam da ocupação nazi, para enaltecer o humanismo demonstrado pelo povo português relativamente aos seus pares ucranianos

“As autoridades portuguesas e o povo português têm sido incansáveis na demonstração do espírito humanitário que nos caracteriza, acolhendo todos os ucranianos fugidos da guerra que nos pediram ajuda, numa coordenação com ONG’s e parceiros europeus de que nos orgulhamos. Somos um povo de coração grande, humanista, vinculado aos valores da Europa da paz e da generosidade, como tão bem nos ensinou Aristides de Sousa Mendes”, frisa ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

 
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